Internacional

Zelensky pressiona Rússia para que responda à proposta de trégua dos EUA

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, instou nesta quarta-feira(12) a Rússia a responder à proposta de cessar-fogo por 30 dias anunciada após uma reunião na Arábia Saudita com os Estados Unidos na terça-feira, após mais de três anos de guerra. 

A Rússia, que começou a retomar suas relações com os Estados Unidos nas últimas semanas, disse que aguarda que Washington a informe oficialmente sobre os detalhes do plano. 

Zelensky observou que o futuro desta proposta agora depende "100%" de Moscou, já que os Estados Unidos e a Ucrânia já "demonstraram" suas posições. "A Rússia tem que responder", disse ele em uma entrevista coletiva. 

O presidente pontuou com cautela que não confia na Rússia para implementar uma trégua. E afirmou que espera que os Estados Unidos implementem medidas "fortes", incluindo sanções, caso Moscou não aceite a proposta. 

Ele também elogiou "a primeira conversa construtiva" entre autoridades ucranianas e americanas na terça-feira em Jidá, um encontro que alivia as tensões entre os dois países após a desastrosa reunião na Casa Branca entre Zelensky e Donald Trump.

- Ligação Trump-Putin -

O Kremlin anunciou que "contatos com os americanos estão planejados para os próximos dias" e que espera "informações completas" sobre a proposta de cessar-fogo. 

"Uma conversa telefônica de alto nível" entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin é possível "muito em breve", estimou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov. 

O presidente americano garantiu na terça-feira que falaria com seu colega russo esta semana. 

Após o anúncio de que Kiev havia aprovado o plano de trégua temporária, as potências europeias pediram que a Rússia tome uma posição. 

"A ideia de um cessar-fogo de 30 dias é um passo importante e correto em direção a uma paz justa para a Ucrânia (...) Agora cabe a (o presidente Vladimir) Putin", reiterou o chanceler alemão Olaf Scholz na rede X. 

O presidente francês Emmanuel Macron, que propôs a presença de forças europeias na Ucrânia como parte de um acordo, comemorou o "progresso" alcançado, mas insistiu que Kiev precisa de garantias de segurança "sólidas" em qualquer cessar-fogo. 

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também falou de "progresso significativo" nas negociações, enquanto sua colega italiana, Giorgia Meloni, insistiu que "a decisão agora depende da Rússia".

- Sob "pressão" em Kursk -

A resposta positiva da Ucrânia à proposta levou o governo Trump a levantar a suspensão de sua ajuda militar. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que as remessas militares e o compartilhamento de inteligência, que Washington havia suspendido após a discussão na Casa Branca entre Trump e Zelensky, seriam retomados imediatamente. 

A Polônia informou nesta quarta-feira que as entregas de equipamentos militares dos EUA pelo centro logístico de Jasionka "voltaram aos níveis anteriores". Segundo dados das autoridades de Varsóvia, até 95% da ajuda ocidental passa pelo país. 

No terreno, as forças ucranianas recuam há vários dias na região fronteiriça russa de Kursk, onde invadiram em agosto de 2024. 

O Exército russo assumiu o controle de dezenas de cidades e parece pronto para tomar a pequena cidade de Sudzha, a principal posição ucraniana na região. 

Se perder esses territórios em Kursk, Kiev ficará sem sua "moeda de troca" em eventuais negociações de paz com a Rússia, que ocupa 20% da Ucrânia. 

Zelensky declarou nesta quarta-feira que as tropas russas estão "claramente tentando aplicar pressão máxima" sobre o contingente ucraniano em Kursk, embora não tenha anunciado nenhuma retirada. 

O chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirsky, ordenou o envio de reforços à região na segunda-feira.

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