FEMINICÍDIO

Homem é condenado à prisão perpétua por matar influenciadora enforcada

Assassino confessou ter matado amiga e colega de classe da faculdade

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O argentino Néstor Soto foi condenado, nesta semana, à prisão perpétua por matar a influenciadora Catalina Gutiérrez. Ele confessou ter assassinado a amiga e colega de classe da faculdade em julho de 2024.

Na audiência final do julgamento, um dia depois de dar detalhes de como matou a mulher de 21 anos, chorar e pedir perdão à família dela, Néstor ficou em silêncio quando foi convidado a proferir as últimas palavras antes do veredito. Ele também não ergueu os olhos quando a mãe da vítima, Eleonora Vollenweider, pediu que ele olhasse para o rosto dela.

“Tenho um lugar extra na mesa, uma cama extra, um assento extra no carro e todo o amor que tenho que não posso dar a Catalina. Sinto falta dela, e sua ausência é tão difícil”, disse a mãe de Catalina durante a audiência.

"Néstor, você não matou apenas Catalina, você me matou, Marcelo e Lucía [pai e irmã da jovem]. Você matou projetos e um futuro. Você conhecia Catalina como ninguém; você sabia o quanto ela te amava", afirmou a mãe olhando para o assassino. No dia da confissão, ela se negou a encarar Néstor. 

Marcelo Gutiérrez, pai de Catalina, permaneceu ao lado da esposa, enquanto Eleonora desabafava. “Eu estava tão preocupada com elas serem meninas saudáveis e comprometidas que nunca as ensinei a cuidar de uma amiga. Não sei se é minha culpa. Eu não queria essa vida; é muito difícil estar aqui. Éramos uma família de quatro, e você nos forçou a ser uma família de três”, declarou.

"Gostaria que olhasse para mim, Néstor, olhasse para mim. Nunca mais vou te ver. Lamento muito o dia em que Catalina te conheceu”, confessou.  “Ouço você dizendo que está em uma cela, que sua vida era perfeita… Você sabe onde Catalina está? Em um túmulo. Minha filha está lá por sua causa”, apontou. 

Eleona terminou sua fala, dizendo que Néstor mudou o “a” de Arquitetura — o curso que ele estava estudando — para o “a” de assassino. “Você arruinou sua vida também, e eu queria um futuro melhor para você também”, disse a ele.

Durante o depoimento, Soto declarou que a "primeira coisa" que queria era "pedir desculpas, do fundo do coração, à família de Catalina e à Catalina, em primeiro lugar".

"Eu sou responsável por ela não estar aqui. Não há um dia que passe sem que eu pense nela." Ele acrescentou: "Eu sou um assassino, eu disse isso desde o começo. Eu fiz isso, mas vou me defender das acusações de que sou um feminicida, que eu estava com ciúmes e que eu planejei isso”, disse.

Em seu depoimento, o promotor Marcelo Sicardi pediu prisão perpétua para o homem. "Estamos diante de um feminicídio", acusou, classificando-o como "um lobo em pele de cordeiro".

“Há apenas uma vítima, Catalina Gutiérrez. Seus pais são daqui. Néstor Soto é o autor; ele é o único responsável pelo fato de ter deixado de ser amigo, por ter sido indiciado na prisão. Ele é o autor. Não é fácil ouvir mentiras. Este homicídio coincide idealmente com o feminicídio. No final das contas, a consequência é a única sentença possível de prisão perpétua”, defendeu.

Relembre o caso

Catalina foi encontrada morta em 17 de julho de 2024, em seu próprio carro quando ela foi buscar Néstor para encontrar amigos para uma partida de boliche. Ele aplicou um mata-leão na amiga. A causa da morte foi asfixia mecânica por estrangulamento manual.

Em sua confissão, Soto disse que, quando percebeu que havia matado Catalina, pensou em se suicidar. “Passou pela minha cabeça me matar, pegar o carro e bater. Vi o álcool em cima da geladeira e disse: ‘Vou botar fogo neste apartamento’. Eu não sabia o que fazer. Andei de um lado para o outro, sentei e não entendi o que fazer”, disse.

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Depois, ele a colocou em seu carro, já sem vida, e dirigiu por aí por algumas voltas, onde tentou cometer suicídio novamente, mas sem sucesso. "Peguei o álcool, joguei no chão e me joguei nela. Acendi um fósforo, e ele começou a pegar fogo lentamente. Foi quando não consegui mais o suficiente; o fogo estava se espalhando lentamente, e comecei a andar”, contou.

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