Internacional

Portos do Pacífico sul-americano cada vez mais atingidos por ondas extremas

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Com o mar calmo, os operários movem com gruas os pesados blocos que reforçarão o muro que, por um século, protegeu o maior porto do Chile e um dos principais do Pacífico sul, agora enfraquecido pelas ondas extremas. 

Esse fenômeno climático tem afetado nos últimos anos as operações do porto estatal de San Antonio, na zona central do Chile, mas também as de Manta no Equador e El Callao no Peru, dizem à AFP responsáveis pelos complexos. 

À medida que o nível e a temperatura do mar sobem devido ao aquecimento global, "se produzem ondas mais intensas e frequentes", explica a climatologista Raúl Cordeiro. 

Lugares que "até poucas décadas atrás não precisariam de proteção" agora terão que ser protegidos, enfatiza.

A 120 km de Santiago, San Antonio é o terceiro porto com mais movimento do Pacífico sul-americano, com 1,7 milhão de TEUs (contêineres). 

No ano passado, as obras para reforçar o dique de um quilômetro de extensão e 10 metros de altura começaram por 11 milhões de dólares (cerca de 54 milhões de reais na cotação da época). O mar chegou a derrubar alguns de seus blocos de 20 toneladas, diz José Aldunate, chefe de obras em San Antonio. 

Em 2021, teve que fechar por 74 dias no total, oito vez mais do que quando começaram as medições há 13 anos. Em 2024, ficou fora de operação por um mês. 

Nesses anos, o mar superou as estruturas de refúgio e passou "para os setores operacionais", o que gerou "insegurança" para os trabalhadores, diz Jorge Santos, subgerente de operações de San Antonio. 

San Antonio - por onde saem frutas como cerejas e também vinhos - está em uma baía "muito exposta" da costa central do Chile, explica Andrés Orrego, diretor do site especializado Portal Portuario. 

Por sua vez, o porto de Antofagasta, um ponto-chave na exportação de cobre do norte do Chile, planeja estender seu muro de proteção para reduzir os fechamentos em 90%.

Ondas extremas e cada vez mais frequentes também afetaram outros portos.

Um deles é El Callao, o principal porto do Pacífico sul, que movimenta toneladas de produtos agrícolas e minerais. Esse porto peruano é protegido por um quebra-mar de quase 13 metros de altura. Além disso, as ilhas de San Lorenzo e El Frontón funcionam como uma barreira natural.

Apesar disso, no final de 2024, ele foi fechado por 10 dias devido a ondas de até quatro metros que também afetaram outros cem portos do país, de acordo com a Marinha.

O mega-porto de Chancay, operado pela China no Peru e inaugurado em novembro, já incluía em sua infraestrutura um extenso quebra-mar de quase três quilômetros.

Em Manta, as tempestades também estão prejudicando suas atividades, que desde 2024 o obrigam a fechar por dias seguidos, disse à AFP a Autoridade Portuária de Manta.

axl/pa/vel/mar/nn/dd/aa

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