Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Christe Chen e Bradley Robert Dawson no casamento, meses antes do assassinato crédito: Acervo pessoal
A americana Christe Chen era só sorrisos no dia do seu casamento com Bradley Robert Dawson, em fevereiro de 2022. Os dois estavam juntos há apenas três meses. Após a cerimônia, os dois embarcaram em uma viagem de lua de mel luxuosa para as praias paradisíacas deFiji. Mas a história de amor foi interrompida após a mulher ser encontrada morta no banheiro do hotel que estava hospedada. Ela foi assassinada.
O casal se conheceu em novembro de 2021 e fez seus votos apenas três meses depois, logo após Dawson finalizar seu divórcio de sua primeira esposa. O relacionamento foi tão rápido que alguns familiares de Christe só conheceram Bradley no dia da cerimônia.
Após o casamento, os recém-casados se mudaram para sua nova casa em Tennessee, nos Estados Unidos. Christe era dona de uma padaria, enquanto Bradley trabalhava no departamento de TI de uma instituição de caridade sem fins lucrativos para crianças.
O casal parecia estar completamente apaixonado e fez com que parentes e amigos acreditassem que eles eram almas gêmeas. Em julho de 2022, eles partiram para a lua de mel, um presente generoso dos pais de Christe.
Eles foram para Fiji, onde Bradley tinha se casado pela primeira vez em 2019, e Christe já tinha visitado a ilha com os pais. O casal ficou em um hotel luxuoso, que já foi palco de lua de mel de Britney Spears com o ex Kevin Federline, em 2004.
Depois de passar dois dias nesse verdadeiro paraíso, a equipe do hotel percebeu que o casal não tinha aparecido nem para o café da manhã nem para o almoço. Mais tarde, um funcionário foi até o chalé deles e encontraram o corpo de Christe no banheiro, caído no pequeno espaço entre o vaso sanitário e a parede. A tampa do vaso estava quebrada.
O corpo estava coberto de sangue, com vários ferimentos, incluindo traumatismo craniano e lacerações no rosto. Dawson tinha desaparecido. A polícia descobriu que ele tinha pegado um caiaque e conseguiu chegar ao outro lado da ilha.
Ele tinha levado o passaporte, dinheiro e pertences pessoais. Bradley havia deliberadamente deixado para trás seu relógio GPS e telefone para evitar ser rastreado. Posteriormente, ele foi encontrado e preso.
Outros hóspedes do hotel relataram que o casal estava em um evento na noite anterior, onde estavam bebendo e foram vistos discutindo ao saírem. Mais tarde, os “vizinhos” ouviram ruídos vindos do quarto.
O corpo de Christe estava tão danificado que não pôde ser levado de volta aos Estados Unidos. Ela foi cremada no Fiji.
O caso foi julgado no Fiji, em dezembro do ano passado. Bradley disse que saiu no caiaque para dar tempo para a esposa “esfriar a cabeça” após uma discussão. De acordo com a defesa, a morte de Christe foi um acidente e não havia evidências de que Dawson havia assassinado a esposa e que ele não estava tentando fugir.
O acelerado envelhecimento da população japonesa, que, aliado às baixas taxas de natalidade, vem provocando uma crise demográfica, criou um cenário dramático para muitos idosos no país. A ponto de ter havido um aumento significativo no número de pequenos crimes cometidos por pessoas dessa faixa etária nas últimas décadas.
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Nos anos 1990, menos de 5% dos crimes no país eram cometidos por pessoas com mais de 60 anos, índice que passou dos 20% nos últimos anos. De acordo com agências internacionais, boa parte das infrações refere-se a roubo de alimentos, devido às dificuldades econômicas. Muitos idosos acabam preferindo a detenção para assegurar moradia, refeições periódicas e auxílio médico.
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De acordo com matéria da CNN Internacional, na prisão feminina de Tochigi detentas idosas condenadas por pequenos furtos encontram no cárcere uma vida menos solitária também. A ponto de a reincidência ser comum, com o objetivo de retornar à prisão.
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Outra consequência da crise demográfica no Japão O Japão é o recorde no número de casas abandonadas. Essas residências desocupadas são denominadas de “akiya” e chegam a 9 milhões, algo que preocupa as autoridades do país. - Reprodução do Youtube Canal maigomika
De acordo com dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicação do Japão, 14% dos imóveis residenciais do país estão "às moscas".
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Um reflexo da crise populacional vivida pelo Japão. O Ministério do Interior divulgou em julho de 2024 que a população é de 121,6 milhões de pessoas, pois ao longo de 2023 o país perdeu 861 mil habitantes.
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A queda de 0,7% em relação a 2022 foi a maior no país desde o começo dos registros em 1968. Assim, a população japonesa sofreu redução pelo 15º ano consecutivo.
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Quarta maior economia do mundo atualmente, o Japão vê a expectativa de vida aumentar constantemente acompanhada de uma queda acentuada na taxa de natalidade.
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O número de mortes em 2023 foi de 1,58 milhão, enquanto nasceram 730 mil japoneses. Até 1º de janeiro de 2024, a população do Japão era de 124,9 milhões. wikimedia commons KENPEI
Cada vez mais são encontradas “akiya” em grandes centros urbanos por todo o país, inclusive na própria capital, a movimentada Tóquio.
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“Esse é um sintoma do declínio populacional do Japão”, confirmou à CNN o especialista Jeffrey Hall, professor da Universidade Kanda de Estudos Internacionals, na província de Chiba.
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“Não é um problema de construir muitas casas, mas de não ter gente suficiente mesmo”, completou o acadêmico.
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Por tradição, as "akiya" costumam ser herdadas e isso explica uma parte do problema. Com a queda nas taxas de natalidade, há muitos casos em que não há uma nova geração para assumir legalmente o imóvel.
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Em relação às moradias nas áreas rurais, há cada vez mais casos de herdeiros desinteressados em permanecer nessas localidades, preferindo migrar para grandes centros urbanos.
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Segundo especialistas ouvidos pela CNN, ainda há um aspecto financeiro contribuindo para essa realidade do aumento de residências abandonadas.
Reprodução do Instagram @yamashitaphoto
Muitos proprietários optam por não modernizar os imóveis porque fica mais barato mantê-los do jeito que estão, ainda que envelhecidos.
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Uma consequência problemática do fato de haver tantas casas abandonadas é o aumento dos riscos à segurança em situações de desastres naturais.
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Como o Japão é muito suscetível a terremotos e tsunamis, a falta de manutenção de tantos imóveis torna mais complexas as operações de resgate e reconstrução de cidades.
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Existem ainda os riscos sociais associados ao aumento de casas abandonadas para a segurança pública e preservação do meio ambiente. É um quadro que pode deteriorar a qualidade de vida nessas cidades.
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Estudiosos da Universidade de Tóquio dizem que é preciso haver políticas públicas que aproveitem os espaços ocupados por essas casas abandonadas para criar novas estruturas que tragam proveito à comunidade.
Reprodução de vídeo CBS NEWS
A diminuição na quantidade de casamentos é um dos fatores que agravam esse cenário. E a taxa de fecundidade é uma das menores registradas no mundo: 1,2 filho por mulher. Ou seja, a população tende a diminuir cada vez mais com o passar do tempo. Reprodução de Rede Social
O governo japonês tem feito esforços ao longo dos anos para estimular o número de nascimentos. Oferece, por exemplo, subsídios governamentais para casais que desejam ter filhos, além de auxílios com educação e saúde. Tem até aplicativo de namoro. Jezael Melgoza Unsplash
A queda populacional gera problemas nas empresas. E o governo se vê obrigado a incentivar a imigração, que vem aumentando para suprir as necessidades do país. A quantidade de estrangeiros no Japão aumentou para mais de 3,3 milhões de pessoas. Colton Jones Unsplash
Após um julgamento de uma semana, Dawson foi considerado culpado de assassinato. Ele recebeu uma sentença de prisão perpétua em fevereiro, com o sistema de justiça de Fiji decretando que ele deve cumprir pelo menos 18 anos antes de ser elegível para um perdão.
"Sua conduta após o incidente foi terrível. Tendo infligido ferimentos graves e fatais ao falecido, você fugiu da cena do crime”, repreendeu o juiz responsável pelo caso.