China volta a criticar CK Hutchison pela venda de portos no Canal do Panamá
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Siga noAs autoridades chinesas voltaram a criticar o conglomerado de Hong Kong CK Hutchison nesta quarta-feira (26) por ter vendido seus portos no canal do Panamá.
A empresa vendeu neste mês para o consórcio americano BlackRock seu negócio portuário por 19 bilhões de dólares (108 bilhões de reais), incluindo os portos de Balboa e Cristóbal nos extremos Pacífico e Atlântico do canal.
O acordo de venda ocorreu após semanas de pressão do presidente americano, Donald Trump, que não descartou uma intervenção militar para "recuperar" o controle dessa importante via marítima.
Segundo a CK Hutchison, a "documentação definitiva" da venda deve ser assinada em 2 de abril.
Dois gabinetes do governo chinês encarregados de supervisionar os assuntos de Hong Kong, um radicado em Pequim e o outro na ex-colônia britânica, republicaram um artigo que surgiu na imprensa que assegura que um acordo assim equivale a "enfraquecer suas próprias bases".
"Pessoas de toda a sociedade dizem que [vender os portos] por coação dos Estados Unidos é uma ação sem olhar para o longo prazo que unicamente atiçará as chamas da hegemonia", diz o artigo.
O artigo, publicado originalmente no jornal Ta Kung Pao, apoiado pelo governo, afirma citar legisladores de Hong Kong, políticos favoráveis à China e um economista.
Segundo o texto, não se pode considerar o acordo como puramente comercial, porque os portos vendidos são essenciais para a iniciativa chinesa da "Nova Rota da Seda", um programa de infraestrutura do governo chinês a nível mundial.
Até o momento, a CK Hutchison não respondeu publicamente às críticas sobre o acordo de venda.
A Panama Ports Company, uma empresa subsidiária da CK Hutchison, vinha operando dois dos cinco portos do Canal do Panamá desde 1997, graças a uma concessão pública.
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