O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou um maior empenho dos seus ministros na articulação com o Congresso Nacional, em meio a crise entre o poder Legislativo e Executivo. Durante evento da área econômica, nesta segunda-feira (22/4), a fala do petista sobrou até para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que em 2023 colecionou vitórias na Câmara e no Senado, mas agora enfrenta dificuldades para avançar na agenda.
Segundo Lula, os ministros precisam passar mais tempo dentro das Casas Legislativas dialogando com os parlamentares. O presidente também pediu “agilidade” do seu primeiro escalão.
“Isso significa que o Alckmin (vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços) tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington (Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social) o Rui Costa (da Casa Civil), passar a maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, disse.
A crise foi escancarada quando há uma semana o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), era um “desafeto pessoal e um incompetente”. Lira atribui ao responsável pela articulação do governo notícias sobre a queda da sua influência entre os deputados.
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Desde então, a Câmara e o Senado armaram a chamada “pauta bomba”, que são uma série de projetos que pode elevar os gastos do governo ou causar desgaste com o eleitorado - como a PEC que turbina os salários do Judiciário, no Senado, e o PL que criminaliza a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Na última sexta-feira (19/04), Lula convocou uma reunião ministerial junto com as lideranças do governo para traçar estratégias de articulação. Nesta semana, ainda é esperado uma reunião do petista com Lira e com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).