Temperaturas baixas e clima seco: previsão para o inverno 2024 em BH e Minas -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Temperaturas baixas e clima seco: previsão para o inverno 2024 em BH e Minas

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press

O outono começou há pouco menos de um mês, mas com as temperaturas ainda altas, muitos brasileiros sonham com um clima mais ameno, fresco, agradável. E, assim, esperam conseguir tudo isso com o inverno, que tem data e hora para começar em 2024 de acordo com a posição do Sol: dia 21 junho, às 17h51 (de Brasília).

 

No entanto, de acordo Glauco Freitas, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de Brasília, na realidade, “o que define a entrada do inverno é a entrada de massa de ar frio, que já chegou em Minas Gerais e, portanto, os mineiros já vivem a estação”.

 


E para esta semana, de segunda-feira (10/06) a quinta (13/06), a previsão do Inmet para Belo Horizonte é de temperaturas mínimas entre 13 e 15 graus e máximas oscilando de 26 a 28 graus. Com a umidade do ar máxima de 90% e mínima chegando a 35%.


E vale registar que em Caldas e Monte Verde, no sábado (08/06) registram temperaturas mínimas de 5.4 e 6.4 respectivamente. As mais baixas do país. 


Glauco Freitas destaca, portanto, que a tendência “do inverno em 2024 é de temperaturas mais baixas, de ser mais frio por cauda da interferência da La Niña”.

  

 

Assim, com o passar dos dias, o declínio nos termômetros vai ser notado. Notícia boa para quem gosta de baixas temperaturas se comparado à estação passada, que se deu sob a influência do El Niño, que agora está enfraquecendo. E de acordo com especialistas, esse processo de transição dos eventos meteorológicos começou em abril.


La Ninã em BH, Minas e Sudeste

Pensando em BH e Minas Gerais, sob a influência da La Ninã, o meteorologista Glauco Freitas explica que não vai transformar tanto a região Sudeste: “A La Niña é caracterizada por temperaturas baixas e período seco, clima mais frio. No entanto, sua influência não afeta o Sudeste e, sim, mais o Sul, Nordeste e região Amazônica. Mas tudo isso é uma projeção”, avisa.

 

 

Glauco Freitas avisa que em BH e Minas o padrão, se a tendência padrão se configurar, são temperaturas mais baixas e clima seco: “No entanto, para analisar como a La Niña vai se comportar, a previsão, só pode ser feita quando chegar a primavera, para ter uma definição. A princípio, em agosto já será possível analisar como a La Niña estará impactando na atmosfera e influenciando Minas e o Brasil”, ensina meteorologista.

 
Já de acordo com Stefanie Tozzo, do Climatempo, junho é o mês de transição, entre outono e inverno, e já chegamos a uma fase neutra no Pacífico Equatorial e, assim, é possível terminar o inverno já com o fenômeno da La Niña. De acordo com ela, algumas áreas de Minas terão chuvas abaixo da média e temperaturas entre a média e um pouco abaixo, tudo dentro do esperado por conta do ar seco que vai favorecer queda acentuada de temperatura durante as noites. Jà as tardes devem ser mais quentes, com temperatura um pouco acima da média na região do Triângulo Mineiro, que fica mais próximo da rota do ar quente por conta da circulação das altas de bloqueio.

  

 

 

Precipitação total prevista (mm) - Atualização em maio de 2024 - Válido para junho, julho e agosto/2024

Precipitação total prevista (mm) - Atualização em maio de 2024 - Válido para junho, julho e agosto/2024

Inmet/Reprodução

 


Sensação térmica abaixo de zero


Certo é que o frio, ainda que devagar, está chegando. Na última semana, a capital já teve sensações térmicas bem baixas, duas até abaixo de zero. E bateu o recorde de menor temperatura do ano no sábado (1/06), com 10,4° registrados Inmet na Estação do Cercadinho, na Região Oeste da capital. A sensação térmica foi de -0,7 °C, por volta das 6h. Essa baixa nas temperaturas deve-se à presença de uma grande massa de ar frio e seco.

 
Mas ainda não é possível cravar que será uma tendência para toda a estação. E vale lembrar que na capital há regiões mais frias, com sensações térmicas mais baixas que outras. Há uma discrepância. O que também influencia a umidade relativa do ar e acende o alerta para questões de saúde, diante da falta de chuvas, com o aumento do número de doenças respiratórias, alergias como rinite, sinusite, além da necessidade de cuidados extras com gripes, resfriados e a COVID-19.

 

 

 

Temperatura média prevista (°C) - Atualização em maio de 2024 - Válido para junho, julho e agosto/2024

Temperatura média prevista (°C) - Atualização em maio de 2024 - Válido para junho, julho e agosto/2024

Inmet/Reprodução

 


Marcas de BH


Vale destacar que em maio de 2022, no dia 19, BH registrou, na estação Cercadinho, 4,4 °C, o dia mais frio da capital mineira desde o início da série histórica do Inmet, iniciada em 1961. Por outro lado, 2023 foi marcado por ondas intensas de calor. Foram pelo menos três na capital mineira, que registrou a maior temperatura da sua história: 38,6 °C em 25 de setembro.

 

Balanço de maio do INMET para o Brasil


Conforme o Inmet publicou na última sexta-feira (07/07), o mês de maio foi marcado por episódios de chuvas que causaram alagamentos e deslizamentos. Com destaque para chuvas ocorridas nos estados no Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e Rio Grande do Norte, visto que os acumulados de chuva ultrapassaram a média histórica, enquanto no Maranhão algumas localidades registraram déficit de chuvas.


Além disto, maio também foi marcado por calor, extremos de calor em algumas áreas da parte central do país e por frio, especialmente no Rio Grande do Sul.


Nos últimos 30 dias, os maiores acumulados de chuvas ocorreram principalmente na faixa Norte do país, devido à combinação do calor e alta umidade que contribuíram para formação de nuvens de chuvas. Além disso, o transporte de umidade do oceano para o continente foi o responsável por volumes de chuvas na faixa Leste da Região Nordeste. Por fim, destaca-se as tempestades que causaram chuvas volumosas e alagamentos no Rio Grande do Sul, devido à combinação de diferentes sistemas meteorológicos que causaram tamanha catástrofe no estado.

 


Balanço do INMENT para BH

 

 

O último balanço do Inmet para BH, no mês de abril, constatou temperaturas acima da média na capital

O último balanço do Inmet para BH, no mês de abril, constatou temperaturas acima da média na capital

Jair Amaral/EM/D.A Press

 


O último balanço do Inmet para Minas Gerais foi de abril, o qual constatou chuva e temperaturas acima da média em Belo Horizonte. Mesmo com poucos dias de chuva, o valor totalizado ficou acima, em 30%, da Média Climatológica, que é de 82,3 milímetros (mm).


Em BH, o mês de abril foi de chuvas escassas. Em todo o mês, foram registrados apenas três dias com chuva acima ou igual a 1,0 milímetro (mm).


O total de chuva registrado na estação do Inmet na capital mineira foi de 107,0 mm. Mesmo tendo poucos dias de chuva, o valor totalizado ficou acima, em 30%, da Média Climatológica, que é de 82,3 mm.


A média da temperatura mínima foi de 20,4ºC (valor 1,6°C acima da climatologia, que é de 18,8ºC). A menor temperatura mínima foi 18,4ºC registrada no dia 19. Já a maior mínima foi 22,0ºC registrada no dia 11.


E a média da temperatura máxima foi de 29,1ºC (valor 1,5ºC acima da climatologia, que é de 27,6ºC). A maior temperatura máxima foi 31,0ºC, no dia 24. A menor temperatura máxima ocorreu no dia 19 com 26,1ºC.