As cirurgias plásticas compõem os chamados procedimentos estéticos, cuja finalidade, motivada pelo desejo do paciente, é de amenizar ou corrigir uma imperfeição do corpo. Atualmente, há uma diversidade de estudos científicos que comprovam a melhora da autoestima, o que sugere que a estética também é benéfica para a saúde mental. Um dos mais recentes acaba de ser publicado pela Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.
Isso ajuda a explicar por que há um crescimento exponencial desse tipo de procedimento em todo o mundo. O último levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), divulgado em junho, mostra que, no ano passado, foram realizados 34,9 milhões de procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos em todo o mundo. Somente nos últimos quatro anos, segundo a entidade, houve um aumento geral de 40% nessa quantidade.
Mas parte dos pacientes que recorrem a essas cirurgias estão de olho em outra mudança para além da autoestima. São casos em que a busca é pela melhora da própria qualidade de vida. “Culturalmente, costuma-se associar a mamoplastia, por exemplo, a uma motivação estética. É como se toda mulher quisesse fazer uma intervenção nos seios para uma melhora da autoestima. De fato esse perfil é o mais recorrente, mas não é uma exclusividade”, pondera o cirurgião-plástico Felipe Villaça, cuja clínica funciona em Belo Horizonte.
“Há muitos casos de pessoas que recorrem à mamoplastia redutora a fim de diminuir as dores na coluna, nos ombros ou no pescoço devido ao peso dos seios. Esse desconforto tende a ir piorando com o tempo, e pode chegar até a impedir a realização de atividades do dia a dia e dificultar a mobilidade”, afirma o médico. Por isso, segundo ele, a redução do tecido mamário pode auxiliar nessa redução também pode melhorar a postura e, em alguns casos, a qualidade respiratória.
Abdominoplastia também pode ser indicada
Outro procedimento que costuma ser associado à estética é a abdominoplastia. A cirurgia consiste na remoção do excesso de pele e de gordura presentes no abdômen. Por isso, costuma ser feita por quem deseja ter uma barriga mais enxuta. Entretanto, afirma Felipe Villaça, há circunstâncias em que a cirurgia pode ser efetivamente recomendada, sobretudo para quem passou por uma cirurgia bariátrica ou perdeu peso através de exercícios associados a alguma dieta.
“Os indivíduos, nesses casos, podem ficar com essa flacidez na região abdominal se não houver uma retração natural do tecido. A atividade física é importante, mas o excesso de pele pode provocar irritação, desenvolver uma dermatite ou dificultar a própria higiene corporal do indivíduo. A recomendação também costuma ir ao encontro de quem sofre de diástase, comum principalmente em mães que acabaram de passar pelo parto. A abdominoplastia também é necessária para esses casos”, pontua o cirurgião-plástico.
Independentemente da motivação e da necessidade, ele orienta aos pacientes a conversarem com o médico e tirarem todas as dúvidas que puderem surgir a respeito das possibilidades. “As cirurgias plásticas também têm essa finalidade funcional, mas é muito importante que elas sejam bem orientadas, e que o paciente tenha ciência de todas as etapas do procedimento. A palavra final precisa ser sempre do médico, porque é ele que poderá passar toda a segurança em relação ao melhor tratamento a fazer para cada caso”, orienta.
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