Para um hospital alcançar o alto padrão é necessário, basicamente, atender a três quesitos: ter um atendimento impecável, infraestrutura de encher os olhos e corpo clínico com alto nível de especialização. Isso apenas no imaginário de boa parte dos pacientes e familiares. Porque, na prática, há um longo percurso a ser seguido até atingir a excelência.
A ideia de um lugar esteticamente agradável, com atendimento rápido e ótimos profissionais pode ser um quesito básico, mas está muito longe de ser o único. Ao contrário, há setores no ambiente hospitalar que mal aparecem aos olhos dos usuários, mas têm papel de destaque no funcionamento dos serviços prestados pela instituição.
“O que o paciente enxerga é só o trivial, é a ponta de um iceberg diante de um grande organograma onde todas as peças precisam trabalhar de forma integrada”, explica Flávia Nápoles, diretora executiva, do Hospital São Rafael, de Belo Horizonte (MG). “Sem o funcionamento adequado de outros setores, não há estética, atendimento ou currículo profissional que resista aos problemas que um setor pode provocar”, completa.
Um desses setores, cita, é o que presta serviço de engenharia clínica. Os responsáveis são os que garantem uma manutenção adequada dos equipamentos e dos geradores. “Os maquinários de um hospital são complexos, e exigem que eles tenham um alto conhecimento de mercado, com capacidade para identificar os equipamentos que são de última geração, além, é claro, de compreender as vantagens e as desvantagens em relação àqueles que são usados pelo hospital”, afirma Flávia.
Outro departamento que o médico Felipe Villaça, diretor técnico do Hospital, considera vital para a qualidade do atendimento é o que aponta para a segurança do paciente. Trata-se de um núcleo que responde pela implementação de protocolos de segurança, como na atenção à higiene, administração segura de medicamentos e controle de infecções. “Esse departamento é fundamental, porque é ele que promove uma gestão de controle de incidentes, a fim de mitigar eventuais falhas, além de manter em dia a capacitação de todos os profissionais e ainda de promover uma cultura sólida de segurança hospitalar”, esclarece.
E quando se fala em segurança hospitalar, é preciso destacar também a Central de Material Esterilizado (CME). “A esterilização é um trabalho que integra os mais rígidos controles de infecções hospitalares, de modo que é impossível cuidar de uma coisa sem cuidar da outra. Um centro de saúde considerado de ponta obedece com afinco aos protocolos sanitários relacionados à esterilização”, destaca o Dr. Felipe Villaça.
Relógio suíço
O departamento responsável pela nutrição e pelas dietas específicas para os pacientes também é mencionado por Flávia Nápoles. “É um desses lugares que pouca gente se dispõe a questionar quem fez a refeição, como preparou, por que preparou daquela forma. Mas vale notar o quanto a parte alimentar faz parte do nível de cuidado da instituição para com o paciente em seu período de internação, colocando esses profissionais como essenciais para o processo de recuperação”, afirma.
Ela compara o funcionamento de todo o hospital com a estrutura de um relógio suíço. “Vendo por fora, entendemos os mecanismos que estão ali, à nossa vista. Mas há outras pequenas e grandes engrenagens escondidas, mas que fazem toda a diferença para que tudo funcione de maneira fluida. Se uma das peças simplesmente para de funcionar, compromete todo o restante. Assim também é num hospital. E o mais importante: tudo ali é feito e pensado para a saúde integral do indivíduo”, finaliza.
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