Usados como moeda de troca até meados do século XVII, os tapetes passaram de objetos valiosos para itens modernos de decoração. No entanto, a falta de cuidados adequados com esses artigos pode torná-los perigosos para pessoas que possuem algum tipo de alergia. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados pelo Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), estimam que, até 2030, metade da população mundial sofrerá com algum tipo de alergia respiratória, alimentar ou de pele.

De acordo com Vinícius Finavaro, farmacêutico e sócio-proprietário da SP Serviços, empresa que realiza lavagem de tapetes, higienização e impermeabilização de estofados e tapeçarias, esses itens são conhecidos por acumular uma grande quantidade ácaros, poeira, pelos de animais e outros detritos. Ele afirma que “a limpeza adequada dos tapetes é essencial para manter um ambiente saudável e livre de alérgenos”.

“Os tapetes também podem acumular esporos de mofo e pólen, além de bactérias como a Staphylococcus Aureus, que pode causar sepse, endocardite e osteomielite, a E. coli, que pode causar infecções urinárias ou gastroenterite, e até mesmo Salmonella”, alerta o especialista.

Finavaro explica que esses alérgenos podem ser liberados no ar sempre que o tapete é pisado e, quando inalados, são responsáveis por causar irritação nas vias respiratórias ou desencadear sintomas alérgicos, como espirros, coceira nos olhos e coriza. “Para a remoção completa de alérgenos e bactérias é necessária a utilização de produtos profissionais com bactericidas na sua formulação, que não deixam resíduos no tapete e que não danificam a fibra”.

Doenças como rinite, rinossinusite, conjuntivite, bronquite, dermatite, angioedema, urticária, esofagite (inflamação do esôfago), gastrite e gastroenterites podem ser induzidas por alergias. “Por isso, é essencial ter equipamentos, produtos e conhecimento adequado para garantir a correta higienização sem danificar o tapete e, assim, evitar esses tipos de doenças”, aponta o especialista.

Aumenta a procura por especialistas

Em 2022, o Ministério da Saúde divulgou que cerca de 35% da população mundial sofria de doenças alérgicas respiratórias, segundo a OMS. Além disso, um levantamento realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apontou que, entre 2019 e 2022, o número de consultas na especialidade alergia e imunologia tiveram um crescimento 42,1%, passando de 2,1 milhões de procedimentos para 3 milhões no período.

“Esses números servem como um alerta. Muitas vezes achamos que itens estofados devem ser limpos somente quando estão manchados ou visivelmente sujos, mas o verdadeiro inimigo pode ser invisível. Por isso, é essencial manter uma regularidade na higienização desses móveis”, finaliza Finavaro.
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