Nos últimos tempos, os profissionais de marketing e comunicação têm passado por diversas transformações na sua forma de atuar e até mesmo no papel que desempenham junto às organizações.

Desde o início dos anos 90, com os primeiros passos da Internet comercial, a efervescência se tornou marca na área. O surgimento dos motores de busca a partir de 93, o crescimento da comunicação nas redes sociais no início dos anos 2000, o fenômeno dos influencers e tantas outras etapas da “revolução digital” obrigaram os profissionais que atuam no marketing e na comunicação a abraçarem a tecnologia como parte do seu dia a dia.

Foi também nos anos 90 que a sustentabilidade passou a fazer parte efetivamente do discurso das organizações empresariais. A emergência climática e o consumo “irresponsável” se tornaram desafios para qualquer empresa que quisesse estar próxima de seus consumidores e demais stakeholders.

Porém, na visão do professor e pesquisador da Universidade Municipal de São Caetano do Sul – Dr. Leandro Tadeu Novi, “o que se pôde vivenciar a partir de 2022, com a liberação do ChatGPT para o público em geral, tem potencial para ser a maior revolução na maneira que os profissionais de marketing e comunicadores atuarão”.

Leandro afirma que as bases da IA vêm sendo fundadas há muito mais tempo e que as grandes empresas já davam seus primeiros passos na sua utilização desde os anos 2010. Porém, quando o tema se popularizou e as ferramentas gratuitas e interativas passaram a fazer parte do cotidiano, uma transformação sem precedentes começou a ocorrer.

Na opinião do pesquisador, chatbots e assistentes virtuais vêm se tornando cada vez mais frequentes e “humanizados” e a criação de conteúdos assumiu proporções inimagináveis. “Isso tudo, porém, é apenas a ponta do iceberg. Há muito mais a ser explorado como a personalização em escala, as análises preditivas e a automação de tarefas repetitivas que pouco acrescem valor ao nosso trabalho”, explica Leandro.

O professor aponta para a seguinte questão: “Até que ponto os profissionais estão dispostos a mergulhar nesse enorme potencial e aprofundar seu conhecimento? Será que a inteligência artificial, ao invés de contribuir para uma melhor performance nas áreas de marketing e comunicação, irá diminuir a 'inteligência natural', tirando a sensibilidade e o bom senso”?

Leandro afirma que, se o devido cuidado não for tomado, a sociedade verá um crescimento enorme de conteúdos iguais e sem estratégia sendo compartilhados, bem como imagens sem vida e repletas de erros sendo distribuídas, comprometendo a imagem de marcas que foram construídas ao longo de anos de muito trabalho. O pesquisador destaca ainda que o ponto ainda mais crítico é que os profissionais de marketing e comunicação não aproveitarão tudo aquilo que realmente a tecnologia oferece.

O Dr. Leandro Novi desenvolveu uma aplicação baseada em IA para facilitar o uso de ferramentas complexas de análise mercadológica e planejamento estratégico. A ideia é viabilizar o uso dessas ferramentas por micro e pequenas empresas, que não dispõem de verba para contratação de consultorias ou mesmo de profissionais destas áreas. O objetivo é diminuir o índice de mortalidade destas organizações, que hoje, segundo dados do SEBRAE, gira em torno de 21,6% até os cinco anos de atividade.

A solução já foi testada em nível acadêmico e agora começa a ser aplicada em situações reais.

Sobre Leandro Tadeu Novi:

Mestre em Comunicação e Doutor em Administração de Empresas – Marketing.

É sócio e fundador da Nova Atitude Comunicação, autor de livros e artigos científicos e palestrante.

leandro@novaatitude.com.br

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