Consórcio e financiamento são ferramentas disponíveis no mercado de crédito para atender diferentes tipos de perfis de consumidores que buscam a aquisição de bens, mas cada um tem suas particularidades, dependendo das necessidades e da disponibilidade financeira de cada pessoa.
Enquanto o consórcio exige paciência e planejamento, o financiamento oferece a vantagem da compra imediata, mas com um custo adicional em forma de juros. Embora ambos permitam a aquisição do bem, eles funcionam de maneiras bem diferentes.
“Cada um tem suas vantagens, dependendo do perfil do comprador, da urgência da compra e das condições de pagamento”, explica Rodrigo Salim, especialista financeiro com mais de 15 anos de experiência em empresas do segmento, graduado em Direito pela Universidade Mackenzie e MBA em Gestão Empresarial pelo INSPER/IBMEC.
Mais sobre o consórcio
O consórcio é um sistema de compra coletiva que funciona de forma colaborativa. Nele, um grupo de pessoas se reúne com o objetivo comum de adquirir um bem ou serviço.
Cada membro desse grupo paga mensalidades que formam um fundo comum, de onde, a cada mês, sairá o valor necessário para a compra do bem de um dos participantes. Esse participante é selecionado por sorteio ou por lances.
“No consórcio, o participante não recebe o bem imediatamente, a não ser que seja sorteado ou que dê um lance vencedor”, diz Salim.
O consórcio funciona como uma poupança forçada, onde os integrantes do grupo fazem contribuições mensais para a criação do fundo de compra. A cada mês, um ou mais membros do grupo são contemplados e podem usar a carta de crédito para adquirir o bem ou serviço desejado.
Uma das vantagens do consórcio é a ausência de juros, no entanto há taxas administrativas que podem variar conforme a administradora. Outra vantagem é que, funcionando como um planejamento de longo prazo, suas parcelas tendem a ser mais suaves e cabem no orçamento.
O consórcio ainda tem como positivos a oportunidade de poder utilizar a carta de crédito contemplada para comprar o bem ou serviço negociando melhores condições de pagamento e, como há um compromisso mensal, o consórcio acaba funcionando como uma forma de poupança programada.
“É importante destacar que embora apresente todas essas vantagens, o consórcio não garante ao participante quando ele será contemplado. Para quem precisa do bem imediatamente, essa modalidade pode não ser a melhor opção”, salienta Salim.
Mais sobre o financiamento
O financiamento é uma operação de crédito em que uma instituição financeira disponibiliza o valor necessário para a compra de um bem ou serviço e em troca o comprador se compromete a pagar esse valor de volta em parcelas mensais, acrescidas de juros e outras taxas.
No financiamento o comprador recebe o bem imediatamente e o pagamento é parcelado ao longo de um período pré-determinado. As parcelas incluem o valor principal da compra e os juros, que são a forma de remuneração da instituição financeira por disponibilizar o crédito.
Existem diferentes tipos de financiamento, como o imobiliário, o de veículos e o crédito pessoal, cada um com regras e condições específicas, que podem ter o prazo de pagamento estendido por vários anos, facilitando a quitação das parcelas.
“Uma grande diferença em relação ao consórcio é que nos financiamentos o bem ou serviço é disponibilizado imediatamente após a aprovação do crédito, dessa forma é mais apropriado para quem precisa de urgência”, diz Salim.
Importante destacar que, como envolve o pagamento de juros, tarifas e taxas, que podem ser altos dependendo da taxa de mercado e do perfil de crédito do comprador, no financiamento o valor final do bem pode ser consideravelmente maior do que o preço à vista.
E embora seja uma opção de crédito disponível no mercado, nem todos conseguem obter financiamento, pois ele depende da análise do histórico do cliente, o que pode ser um obstáculo para quem tem restrições financeiras ou score baixo.
A escolha entre consórcio e financiamento depende de vários fatores, como urgência, planejamento financeiro e capacidade de pagamento. O consórcio é mais adequado para quem pode esperar e quer evitar os juros altos. Já o financiamento é mais adequado para quem precisa do bem imediatamente e está disposto a pagar mais por essa conveniência.
Quando não há urgência na aquisição do bem, para quem quer evitar o pagamento de juros altos e para quem tem disciplina financeira e pode se planejar, pode ser que o consórcio seja a opção mais adequada.
Agora quando o bem ou serviço é necessário imediatamente, para quem tem condições de pagar parcelas com juros e para quem tem um bom score de crédito e consegue taxas mais baixas, pode ser que o financiamento seja a melhor opção.
“Não existe o melhor crédito. O consumidor precisa avaliar suas necessidades e condições financeiras para fazer a escolha certa”, finaliza Salim.
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