O mercado brasileiro de locação de máquinas está vivendo um momento promissor, impulsionado pelo aumento dos investimentos em construção civil e infraestrutura. O balanço de 2024 e as projeções para 2025 indicam uma expansão robusta, com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisando sua estimativa de crescimento do setor de 3% para 3,5%, graças à retomada do mercado imobiliário, abertura de vagas no setor e expectativas econômicas otimistas.

O segmento de obras de infraestrutura acompanha essa tendência. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) destaca que 2024 será um ano recorde para investimentos no setor, com um total de R$ 259,3 bilhões, sendo a maior parte desse montante proveniente do setor privado. Esse cenário aumenta a expectativa para realização da 3ª ANALOC Rental Show, feira de equipamentos para o setor de locação de máquinas no Brasil, a ser realizada nos dias 4, 5 e 6 de junho de 2025, no Expo Minas, em Belo Horizonte (MG).

Fruto de uma parceria entre a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (ANALOC) e o Grupo LocadoresBR, a feira reunirá os principais nomes da indústria e apresentará as novidades do segmento. Com 90% dos estandes vendidos oito meses antes de sua realização, demonstra que as empresas enxergam na exposição uma oportunidade para fortalecer parcerias comerciais, lançar produtos e expandir negócios.

Os dados de mercado mostram que a feira acontecerá em um momento favorável para o rental. De acordo com um relatório da Mordor Intelligence, o mercado global de locação de máquinas para a construção civil está estimado em US$ 134,88 bilhões em 2024 e deve alcançar a marca de US$ 170,92 bilhões até 2029, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 4,85%. No Brasil, o setor segue a mesma trajetória, acompanhando o crescimento robusto da construção civil.

Por sua vez, a ABDIB reforça que vários projetos do Novo PAC Infra estão sendo estruturados por órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica e órgãos privados, para serem ofertados ao mercado num futuro próximo. São 30 aeroportos, 17 ferrovias, 47 empreendimentos de energia elétrica, 5 de comunicação, 31 de infraestrutura administrativa, 184 de infraestrutura social, 45 em mobilidade urbana, 46 na área portuária, 68 na rodoviária e 25 em saneamento.

“As projeções da CBIC mostram que o aquecimento no segmento de habitação econômica e o programa consistente de obras públicas e privadas são motores dessa expansão setorial. Embora o mercado da construção também enfrente desafios como o impacto de taxas de juros elevadas e a limitada oferta de crédito imobiliário, a atual conjuntura beneficia diretamente as locadoras de equipamentos”, reconhece Reynaldo Fraiha, diretor da ANALOC Rental Show.

Isso significa que rental tem sido uma solução eficiente para empresas de todos os portes que buscam competitividade no setor de construção civil. “Até mesmo o aumento dos preços das máquinas novas tem motivado empresas de construção e empreiteiros a buscar a locação de equipamentos como alternativa mais econômica. O surgimento de tecnologias avançadas e o aumento da automação também devem contribuir para esse crescimento, tornando o setor cada vez mais atrativo para investidores”, complementa Fraiha.

Percepção do locador

No primeiro semestre de 2024, o Grupo LocadoresBR realizou uma sondagem com 95 locadores de vários estados brasileiros para diagnosticar a atuação das suas empresas. Intitulada ‘O cenário das empresas de locação no Brasil’, a pesquisa foi respondida por 95 empresários de pequeno e médio porte, e 62,1% dos entrevistados responderam que avaliam o cenário econômico atual como favorável para o rental. Destes, 57,9% consideram o momento bom e 4,2% reconhecem como excelente essa atual conjuntura.

“A partir dessa análise, percebemos que o mercado tem melhorado devido ao aumento da quantidade de obras civis, com pequenas reformas, manutenção residencial, projetos na área da habitação e de infraestrutura, em grande parte impulsionadas pelo aquecimento de setores como mineração, petróleo e agronegócio”, reconhece Leônidas Ferreira, conhecido como Leo Sisloc, diretor-executivo da Sisloc Softwares de Gestão e presidente do Grupo LocadoresBR.

Além disso, Leo constata que as pessoas já entendem os benefícios práticos e econômicos da locação e estão aderindo. “Hoje não somente empreiteiras, indústrias e especialistas da área da construção buscam equipamentos no rental, o consumidor final também recorre às locadoras para suprir suas necessidades em máquinas e ferramentas para pequenos reparos e manutenções residenciais”, complementa.

Na edição passada da ANALOC Rental Show, realizada no Rio de Janeiro, os organizadores também perceberam que o mercado de rental está mais competitivo. As locadoras saíram do amadorismo em que permaneceram por muitos anos, para se aprimorarem em gestão, fazer investimentos em tecnologia, governança corporativa, processos de vendas estruturados com CRM, taxas de conversão de clientes, boa gestão tributária e análise de indicadores. “Essa evolução é uma consequência da melhoria de processos, do crescimento da atividade e da disseminação de novos recursos e tecnologias em eventos de negócios específicos para os locadores, que atuam num mercado cada vez mais exigente”, percebe Reynaldo Fraiha.

compartilhe