Além dos benefícios para o corpo, a prática de atividades físicas também pode impactar positivamente a memória de trabalho, uma função essencial para gerenciar informações temporárias e tomar decisões com agilidade. Um estudo recente conduzido pela Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, e noticiado pela Revista Veja, comparou o desempenho de atletas e pessoas sedentárias nesse aspecto. Os dados indicaram que a prática esportiva (seja ela individual ou coletiva) está ligada a uma capacidade significativamente superior de armazenar e processar informações.

Também conhecida como memória operacional, a memória de trabalho é um dos quatro tipos de memória classificados por especialistas e profissionais da saúde, sendo eles: memória sensorial, memória de longo prazo e memória de curto prazo.

De acordo com Renato Alves, especialista em memorização, pesquisador cognitivo nas áreas de aprendizagem, concentração e memória, todas as memórias são importantes e têm sua relevância no dia a dia.

“Dependendo da necessidade, utilizamos diferentes tipos de memória. Para certas tarefas, recorremos à memória de longa duração; para outras, utilizamos a memória de curto prazo; e, em algumas situações, contamos com a memória intermediária”, explica.

Ainda segundo o especialista, o cérebro é projetado para organizar memórias em diferentes categorias. “Costumo comparar a memória de curto prazo a um palito de fósforo. Quando recebemos uma informação, é como se acendêssemos uma chama, que se apaga em poucos segundos. Esse tipo de memória serve apenas para resolver problemas imediatos. Por exemplo: ao lembrar que sua carteira está em cima da estante da sala, você utiliza essa memória apenas para realizar a tarefa de buscá-la, sem a necessidade de guardar essa informação por muito tempo”, afirma.

Já a memória intermediária, que dura em média três semanas, é ativada por fatores emocionais ou motivacionais. “Por exemplo, quando você assiste a um filme emocionante, pode passar dias comentando sobre ele porque ficou registrado nessa memória”, destaca.

Mantendo a memória mais forte

Em estudo feito pela Escola de Medicina de Harvard, noticiado na National Geographic, pesquisadores listaram algumas táticas que visam preservar e aguçar a mente, que vão desde estudos constantes até repetir a informação nova em voz alta, de modo a reforçar a memória ou a conexão.

Para Renato, essas técnicas de memorização desempenham um papel importante, pois ajudam a treinar e fortalecer as capacidades cognitivas. “Ao ler um livro com o objetivo de memorizar seu conteúdo, a pessoa consegue alcançar um nível de atenção suficiente para fixar as informações na mente. Há métodos como a visualização, a repetição e até mesmo a 'decoreba', frequentemente subestimada, mas que pode ser útil em certas situações”, exemplifica.

Essas práticas auxiliam não apenas a ativar a memorização, mas também promovem um treinamento cognitivo que pode deixar o cérebro mais saudável, jovem, eficiente e ágil, reforça o profissional. Porém, ele faz uma ressalva: recorrer à criação de memórias artificiais (como anotar, fotografar ou fazer listas de tarefas) pode não ser uma estratégia muito boa.

“Embora a tecnologia tenha surgido como uma ferramenta para auxiliar nossas tarefas, ela pode se tornar perigosa, pois essas ferramentas podem falhar — caem, quebram, são roubadas ou se tornam obsoletas com o tempo. Quando isso acontece, as pessoas muitas vezes perdem todas as informações armazenadas, o que pode ser devastador”, afirma.

Se a dependência de memórias artificiais se tornar excessiva, as pessoas correm o risco de esquecer informações essenciais, como nomes, compromissos importantes, datas e tarefas do dia a dia. “Assim como um músculo que atrofia sem exercícios, a memória precisa ser treinada regularmente para manter sua força e eficácia”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar o site oficial de Renato Alves. 

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