Empresas de grande porte do agronegócio apresentam maior maturidade tecnológica, revela o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) do Agro, estudo que avalia a internalização e a performance no uso de sistemas integrados de gestão e tecnologias específicas para o setor. Na divisão por porte do levantamento, as grandes empresas obtiveram média de 0,63 – em uma escala de 0 a 1 –, ficando acima da média geral do agronegócio, que foi de 0,58. O estudo foi realizado pela TOTVS, empresa brasileira de tecnologia, em parceria com a h2r insights & trends.

“Ainda que o porte não seja o único fator determinante na produtividade tecnológica das companhias, o estudo evidencia que as grandes empresas do agronegócio estão liderando a digitalização do segmento, principalmente por conta de uma maior disponibilidade de recursos e infraestrutura. Por isso, é importante entender o papel dessas grandes organizações de incentivar e fomentar que todo o ecossistema do agronegócio brasileiro invista em digitalização. As empresas do setor já consideram a relevância do Enterprise Resource Planning (ERP) para a sua produtividade, mas sem dúvida ainda existem muitas oportunidades a serem exploradas, especialmente nos negócios de menor porte”, comenta Fabricio Orrigo, diretor de produtos para Agro da TOTVS.

De acordo com a pesquisa, o bom desempenho das empresas de grande porte no Índice de Produtividade Tecnológica ocorreu devido a algumas características específicas apresentadas por estas companhias. As condições internas para o uso de sistemas de gestão, a digitalização dos processos agrícolas, a organização das informações e a automação dos equipamentos aumentam de acordo com o porte das empresas.

Em relação à internalização dos sistemas e engajamento das equipes, que corresponde a fatores como a capacitação e treinamento dos times, as companhias de grande porte também se destacaram: 41% delas afirmaram ter funcionários capacitados para lidar com esses sistemas, 45% disseram ter um time de funcionários com a função de ensinar à equipe e 36% afirma que está utilizando todo o potencial dos sistemas e soluções.

Analisando-se o uso de tecnologia para o registro de informações e operações no campo, pode-se observar que 58% das empresas de grande porte registram as informações em tempo real, um número bem acima do percentual registrado nos outros portes: pequeno (36%), médio (15%), médio-grande (44%).

A pesquisa também mostrou que as organizações do agronegócio que são clientes da TOTVS estão mais avançadas em seus processos de digitalização. Clientes TOTVS possuem a média do IPT acima das outras empresas do mercado em todos os portes, com exceção das grandes empresas, no qual o percentual manteve-se o mesmo (0,63). Enquanto os clientes da companhia obtiveram as médias do IPT de 0,58 (pequeno porte), 0,60 (médio porte) e 0,59 (médio-grande porte), as outras empresas do mercado registraram o desempenho de 0,52 em todos estes três portes.

“Quando olhamos para a performance de nossos clientes conseguimos observar a relevância de nossas tecnologias para o aprimoramento da gestão e ganho de produtividade. E esse é o nosso grande objetivo, seguir contribuindo para que nossos clientes internalizem e saibam aproveitar todo o potencial que a tecnologia tem a oferecer”, comenta Orrigo.

Tecnologia para gestão e uso de sistemas complementares 

Com relação à aplicação de tecnologia para a gestão da produção, a pesquisa indicou que todos os portes investem de forma massiva em sistemas de gestão agrícola e no registro de atividades de operações no campo.

Já na gestão da colheita e beneficiamento, as pequenas empresas se destacam ao buscarem autossuficiência em logística, controle de matéria-prima e na gestão da colheita. Deste modo, mesmo com menos recursos e infraestrutura, elas buscam se igualar a organizações de outros portes. Em sistemas para gestão e programação de colheita, por exemplo, as pequenas empresas obtiveram o maior índice de todos os portes, com 88%. Já em sistemas para controle e recepção da matéria-prima, empresas pequenas atingiram 81%, ficando atrás apenas de grandes empresas.

Na análise para a gestão do processo industrial e comercialização, os resultados variam a depender da atividade desenvolvida por cada empresa. Mas é possível constatar que as pequenas empresas demonstram adotar soluções de forma equivalente, e até mesmo superior aos demais, com exceção de aplicativos móveis. Com relação a gestão de equipamentos, todas as empresas demonstraram a aplicação de sistemas de forma similar, independente do porte.

A pesquisa também evidenciou que o uso de soluções complementares é mais expressivo nas empresas de grande porte, que registraram: 52% em sistemas para segurança e rastreabilidade na produção; 50% na geração de dashboards automatizados (BI); 25% em portal agrícola e 12% em soluções de inteligência artificial (IA). Destaque também para as pequenas empresas, que apresentam índices superiores em comparação com as empresas de médio e médio-grande porte.

Perfil da gestão por porte e IPT

De acordo com o levantamento, conforme o tamanho das companhias aumenta, a sua gestão deixa de ser totalmente familiar, e cresce nas empresas a presença de gestão mista (familiar e executiva) e totalmente executiva, indicando uma busca por maior profissionalização. Cerca de 70% das empresas de pequeno porte possuem gestão totalmente familiar. Já nas empresas de médio porte, 58% têm gestão totalmente familiar e 27% têm gestão mista. Das empresas de médio-grande porte, 59% têm gestão mista, e 26% têm gestão totalmente familiar. Enquanto nas empresas de grande porte 36% têm gestão mista, 34% têm gestão totalmente familiar e 30% têm gestão totalmente executiva.

Perfil da amostra 

A pesquisa entrevistou 350 proprietários e profissionais, em sua maioria da alta gestão, de empresas do agronegócio com faturamento acima de R$ 20 milhões, no período de agosto a dezembro de 2023. No detalhe, 41% são empresas de grande porte, 29% de médio e 21% de pequeno porte. Em relação à região que se encontram, 51% das empresas estão no Sudeste, 33% no Nordeste, 21% no Centro-Oeste, 15% no Sul e 7% no Norte do Brasil. A amostra do subsegmento de bioenergia corresponde a 14% e a de produção de multicultura a 21%.

Para conferir o IPT de Agro na íntegra, basta acessar: https://produtividadetecnologica.com.br/



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