Segurança e alívio foram sensações relatadas entre os 26 brasileiros repatriados da Cisjordânia que desembarcaram, na manhã desta quinta-feira (2/11), na Base Aérea de Brasília. Eles foram resgatados pelo governo brasileiro, que enviou uma aeronave cedida pela Presidência da República à capital Amã para acolher os brasileiros na noite de ontem.
Ao todo, nesta missão, foram resgatadas 32 pessoas. Entre elas, seis desembarcaram no Recife e o restante, na capital federal. A missão de repatriação recebeu o nome de "Voltando em Paz".
Repatriada, a brasileira Nazmieh Mohamed, 72 anos, segurava uma bandeira do país enquanto descia as escadas da aeronave. Entre os passageiros, ela foi a única a permanecer em Brasília. Nazmieh Mohamed lamentou o fato da guerra entre Israel e o Hamas levar perigo às pessoas e aos brasileiros que residem na Palestina. "Ninguém está seguro lá", disse. Em solo brasileiro, Nazmieh Mohamed afirmou se sentir livre e segura.
Repatriados
O grupo resgatado da região da Cisjordânia contou com 12 homens, nove mulheres e 11 crianças. Entre os adultos, foram seis idosos, sendo dois cadeirantes.
Quando desembarcou do avião ao lado do filho Taric, Amer Aziz, 40 anos, mostrou-se aliviado ao chegar em terras brasileiras e relatou um clima tenso na região que deixou. "Lá, era difícil se locomover porque havia pessoas armadas nas ruas e muito barulho de bombas", contou.
Questionado se desejaria retornar à Palestina algum dia, ele afirmou que ficará no Brasil para esperar "as coisas melhorarem" naquela região. Amer, Taric e outros três filhos vão para a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. "Eu quero paz", resumiu o homem.
Estados
Entre os repatriados que desembarcaram em Brasília, há pessoas de vários estados brasileiros. De acordo com a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto, oito seguirão para Foz do Iguaçu, quatro para Florianópolis, três para o Rio de Janeiro, um para Porto Alegre e dois para Goiânia. Ficaram em Recife três pessoas e outras três seguiram para Fortaleza. Uma permaneceu em Brasília.
Capitão da missão
O capitão médico Gustavo Messias Costa classificou o voo de resgate de brasileiros na região da Palestina como “tranquilo”. “Não houve problemas com os passageiros. Havia alguns com cormobidades, mas não manifestaram intercorrências”, disse.
Para o capitão médico, comandar a equipe de saúde da missão reforçou seu dever como profissional da área. “Quando nos tornamos médico, temos a missão de atender a todos. Então, neste momento em que nossos irmãos necessitam de ajuda, a nossa missão é acompanhá-los”, confidenciou, emocionado, Messias Costa.