O padre suspeito do desvio de R$ 140 milhões do Instituto São José, um hospital da Paraíba, se entregou nesta sexta-feira (17/11) à polícia após ter mandado de prisão preventiva expedido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).

O desembargador Ricardo Vital de Almeida decretou a prisão preventiva do padre Egídio de Carvalho Neto, ex-presidente do Instituto Padre Zé, de Jannyne Dantas Miranda e Silva, administradora do hospital Padre Zé e de Amanda Duarte Silva Dantas, tesoureira do Instituto São José. Os três são investigados por prática de lavagem ou ocultação de bens ou valores, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.

De acordo com o desembargador, as investigações apontam para a existência de um grupo organizado de forma estruturada e permanente, com atuação no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA, todos sediados em João Pessoa.



"Os elementos de provas angariados aos autos indicam que, em tese, considerável montante de valores que deveriam ser destinados ao funcionamento do Hospital Padre Zé pelo Instituto São José era destinado a Egídio de Carvalho Neto para construir fortuna em benefício próprio, com sugestivamente forte participação direta de Jannyne Dantas Miranda e Silva, além de Amanda Duarte Silva Dantas. Vale lembrar que esses valores eram provenientes do erário, e em grande parte esses numerários necessitavam de prestação de contas aos órgãos convenientes, o que, de fato, não ocorria", frisou o desembargador.

Entenda o caso

Em 5 de outubro de 2023, foi deflagrada a operação "Indignus" que visa investigar condutas criminosas no Hospital Padre Zé e também na Ação Social Arquidiocesana (ASA).

As apurações apontam para o desvio nas redes de hospital e também uma 'confusão' entre os patrimônios da entidade e do Egídio de Carvalho Neto. O religioso teria adquirido ainda imóveis de alto padrão com recursos do hospital. O padre foi afastado pela Arquidiocese da Paraíba quando a investigação veio à tona.

De acordo com o colunista Carlos Madeiro, do Uol, a promotoria confirmou que o esquema de desvio de recursos é estimado em R$ 140 milhões e que eles ocorreram durante dez anos (2013 e setembro de 2023).

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