Pastor americano Douglas Wilson já defendeu que é preciso reconhecer o legado positivo da escravidão. Em seu blog, ele nega ter dito isso e diz que a acusação é fruto de ataques da esquerda. -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Pastor americano Douglas Wilson já defendeu que é preciso reconhecer o legado positivo da escravidão. Em seu blog, ele nega ter dito isso e diz que a acusação é fruto de ataques da esquerda.

crédito: Reprodução/Redes Sociais

Considerado um dos maiores e mais importantes encontros evangélicos do Brasil, o Consciência Cristã, que vai ocorrer em Campina Grande, na Paraíba, em fevereiro, terá Douglas Wilson como palestrante. Dentre várias polêmicas, Wilson é defensor da ideia de que a Bíblia permite a escravização de seres humanos

O evento é realizado pela Visão Nacional para a Consciência Cristã, uma entidade liderada por diversas igrejas evangélicas. A presença do fundamentalista no evento foi revelado pelo jornal The Intercept Brasil em um artigo escrito por Ronilso Pacheco. O congresso também terá a participação do pastor Augustus Nicodemus e do Franklin Ferreira.

Wilson é um teólogo conservador, pastor da Christ Church no estado de Idaho, membro do corpo docente do New Saint Andrews College e escritor. Seus livros e pensamentos remontam às teorias da década de 1960, que se opôs ao movimento pelos direitos civis nos EUA.

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Em declaração, o teólogo aponta que a escravidão não era ruim para os povos africanos, pois “eles tinham uma dieta alimentar superior à de um cidadão americano médio hoje.”

Wilson é um teólogo conservador, pastor da Christ Church no estado de Idaho, membro do corpo docente do New Saint Andrews College e escritor. Seus livros e pensamentos remontam às teorias da década de 1960, que se opôs ao movimento pelos direitos civis nos EUA.

Desdobramentos

No começo da noite desta quarta-feira (17/1), o Vinacc divulgou nota informando sobre o cancelamento da presença de Wilson no evento. A nota apontou que "considerando as reações às veiculações de sua (de Wilson) presença entre nós — inclusive com incitação a crimes de ódio, e, eventualmente, à escalada de violência física, julgamos por bem, em mansidão e amor cristão, cancelar sua participação, no intuito de garantir a segurança física do Pastor Wilson, dos demais preletores, e das mais de 100 mil pessoas que passarão pelo encontro".

Defesa de Wilson

Em nota publicada no site da Editora Monergismo, o pastor Douglas Wilson se defendeu das acusações de que defende a escravidão e afastou as ligações religiosas sobre o assunto. Wilson detalha que já escreveu em outras ocasiões sobre o assunto, sempre negando a defesa de que a escravidão tenha qualquer vertente positiva.

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"Se você acessar meu blog e olhar a barra de menu superior, encontrará a guia “About” (Sobre). Se você clicar ali, verá algo chamado “Controversy Library” (Biblioteca de controvérsias) no menu suspenso. O segundo item dessa biblioteca é intitulado Eu nego que a escravidão tenha sido um bem positivo. Nessa seção, há vários links (de anos atrás) que demonstram como essas acusações são falsas. Se você realmente quiser saber a verdade sobre tudo isso, a verdade está publicada e prontamente acessível", diz trecho da grande nota.

Por fim, Wilson conclui: "Se a acusação de que amo a escravidão for usada por Deus para levar qualquer um de vocês a entrar em contato com o evangelho da libertação e se algum escravo do pecado for libertado por meio desse evangelho da livre graça e do perdão, isso seria o que eu chamaria de uma doce ironia".