FOLHAPRESS - A Unesp demitiu um professor acusado de assédio sexual por estudantes do campus de Bauru, no interior de São Paulo. A demissão foi definida após as queixas contra o docente serem investigadas por uma comissão de sindicância instaurada pela universidade.
Professor de literatura e língua portuguesa do curso de comunicação social, Marcelo Magalhães Bulhões foi acusado de assédio em julho de 2022. Na ocasião, ele negou as acusações e disse ser vítima de calúnia. A reportagem tentou contato com ele nesta quinta (18/1), mas não conseguiu localizá-lo.
A demissão de Bulhões foi publicada pela reitoria da Unesp no Diário Oficial desta quinta-feira. Segundo a portaria, a punição foi definida após constatação de que o docente violou o Estatuto dos Servidores de São Paulo ao descumprir com o dever de "proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública".
As denúncias apuradas pela comissão foram feitas em julho de 2022, quando estudantes espalharam pelo campus de Bauru cartazes com imagens de mensagens que o docente teria enviado a alunas. Elas decidiram expor o caso dessa forma porque Bulhões já havia sido denunciado por assédio sexual em 2017, mas a universidade decidiu por arquivar o caso.
Na época da primeira denúncia, a Unesp instaurou uma sindicância administrativa que avaliou as denúncias, feitas por 12 alunas e ex-alunas do professor. A comissão decidiu por fazer apenas uma recomendação ao docente, de que ele viesse "captar as mudanças sociais e comportamentais da sociedade, para a devida adequação no ambiente de trabalho, abandonando eventuais atitudes ambíguas de tratamento pessoal com os alunos".
Bulhões era professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação do campus de Bauru. Depois de os cartazes serem expostos na universidade, as estudantes também realizaram protestos contra o assédio no meio acadêmico.
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Em nota, a reitoria da Unesp informou que a decisão de demitir o docente foi baseada "na recomendação fornecida pela comissão processante durante processo administrativo disciplinar, no qual o docente teve amplo direito à defesa". Também informou que o processo seguiu todos os trâmites legais previstos nas normas da instituição.