Kérollen Cunha entregou banana e macaco de pelúcia a crianças em maio passado -  (crédito: Reprodução)

Kérollen Cunha entregou banana e macaco de pelúcia a crianças em maio passado

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As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves viraram rés por injúria racial e agora são investigadas pelos vídeos postados nas redes sociais há oito meses. Nas imagens, mãe e filha dão banana e macaco de pelúcia para crianças negras.

 

A decisão saiu nesta terça-feira (30), quando a juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Em novembro, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio já tinha indiciado a dupla.

 

 

 

No inquérito que será aberto na Decradi, os investigadores vão apurar se Kérollen e Nancy praticaram crime de racismo ou injúria racial e se também infringiram algum crime do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

 

"As denunciadas estariam buscando promoção pessoal e social, através das suas ações filmadas e postadas no aplicativo 'Tik Tok', sendo gravíssimo o fato de que a internet consiste num ambiente que não oferece nenhum controle de exposição e transmissão e que atinge ou pode atingir a população do mundo inteiro", escreveu a magistrada no processo.

 

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O caso veio à tona em maio com uma denúncia da advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório. Na ocasião, ela destacou que o vídeo apresenta o chamado "racismo recreativo", que ocorre quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão."

 

Rita Salim, delegada da Decredi e responsável pelo inquérito, afirma que a conduta da dupla foi considerada racismo, já que elas escolheram crianças negras e usaram dos artifícios de banana e macaco para presenteá-las. Segundo Salim, mãe e filha negaram que cometeram algum tipo de crime.

 

O vídeo foi apagado pelas influenciadoras de suas redes. Só no TikTok, o perfil das duas tem mais de 13 milhões de seguidores. Em nota, a dupla disse que não tinha intenção de discriminar e afirmou que "as publicações foram retiradas de contexto e interpretadas de maneira distorcida". A defesa de Kérollen e Nancy ainda não se pronunciou sobre a decisão da juíza Simone de Faria.