RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - O último sábado (17/2) era para ser um dia normal para o aposentado Raimundo Soares Sobrinho, mas ao resolver fazer uma limpeza num canteiro de flores na frente da casa de sua filha, encontrou um pote de sorvete enterrado com R$ 59.900 em dinheiro.
O imóvel foi comprado por ele, que mora no interior do Tocantins, para sua filha em agosto do ano passado, na região norte de Palmas.
Ao visitar a filha na capital, ele resolveu cuidar do pequeno jardim de pouco mais de 2 metros de largura e avistou uma ponta de um saco de lixo preto. Disse ter pensado se tratar apenas de um saco abandonado no local e começou a puxá-lo, até que viu que ele envolvia um pote.
"Ele estava podando, tirando folhas secas, quando viu o saco preto enterrado, só com a ponta saindo para cima da terra. Puxou e viu o pote de sorvete. Ao abrir, se deparou com esse montante em notas de R$ 100 e R$ 50", disse Dhiogennes André Pereira Araújo, advogado do aposentado.
Ao encontrar o montante no canteiro, o aposentado resolveu acionar a polícia, que passou a investigar o caso no mesmo dia. Um dos objetivos é saber quem era o dono do dinheiro.
A Polícia Federal também esteve no imóvel para uma vistoria no mesmo dia. Uma das dúvidas era saber se o montante encontrado seria o único item armazenado no local ou se haveria mais algo, mas nada foi encontrado.
"Em tese, o que tinha lá era isso mesmo. A PF procurou também em outros cômodos e não encontrou nada", disse o advogado.
O boletim de ocorrência registrado pelo aposentado na Polícia Civil será anexado ao inquérito já aberto e cabe agora esperar a perícia dos valores encontrados e a sequência da investigação.
A casa
De acordo com Araújo, o aposentado, que mora em Itacajá (a 279 km de Palmas), viu o imóvel à venda por meio de um site, entrou em contato com a corretora e resolveu fechar o negócio.
"Quando estava nas partes finais de assinatura de contrato, foi informado que a casa era de Inês Piva de Santana", disse. A antiga proprietária é mãe de Afonso Piva, ex-secretário da Saúde do Tocantins.
Piva deixou o cargo em agosto do ano passado, depois de a PF cumprir mandado de busca e apreensão contra ele e outros servidores. A operação investiga um contrato da Secretaria de R$ 6,9 milhões para a compra de seringas para hospitais públicos.
Ao deixar o cargo, a pasta informou que o objetivo do então secretário era o de se dedicar à sua defesa. Ele também afirmou ser inocente. O caso segue em investigação.
A reportagem não conseguiu localizar o ex-secretário e sua mãe nesta quarta-feira (21/2).