A cidade de Brasiléia, no Acre, enfrenta um alagamento histórico após fortes chuvas e transbordamentos de rios. Segundo a prefeitura, mais de 15 mil pessoas foram atingidas pelo cheia do Rio Acre, que inundou diversas áreas urbanas e rurais, deixando a população isolada do restante do país. A cidade está isolada por via terrestre e as pessoas só conseguem se locomover por transporte fluvial.
O bairro Leonardo Barbosa foi tomado pela água. A única rua de acesso foi engolida pela água, o que provocou uma possível erosão. Caso a movimentação seja confirmada, o Leonardo Barbosa pode ter ficado isolado ao lado do território da Bolívia, que o rodeia. O rio Acre, que trasbordou e causou a inundação, delimita os dois países sul-americanos. À rede de televisão CNN, a prefeita Fernanda Hassem afirmou que aguarda as águas baixarem para confirmar esse cenário. "A prefeitura está fazendo todos os esforços necessários. A preocupação neste momento é cuidar de vidas, que as pessoas tenham sua dignidade respeitada", disse a gestora.
O transbordamento do Rio Acre atingiu níveis críticos, alcançando mais de 15m e impossibilitando o acesso terrestre à cidade, por meio da ponte metálica José Augusto, que é a única via de ligação com outras regiões do Brasil. Cerca de 1.500 pessoas estão alojadas em 15 abrigos improvisados.
Nas áreas rurais, quase mil pessoas de comunidades locais, especialmente na Reserva Extrativista Chico Mendes, foram afetadas com a destruição de pontes, redes de bueiros e ramais.
A prefeitura da cidade já decretou situação de emergência. "Para evitar o colapso de água e energia na cidade, o município vai iniciar uma operação de racionamento, desligando a energia por uma hora, durante o dia, nos locais ainda não afetados e reduzir a distribuição de água", informou o governo estadual.
O governo federal reconheceu, na última segunda-feira (26/2), o estado de emergência em 17 dos 22 municípios do Acre após enchentes deixarem moradores desabrigados ou desalojados. Os impactos também foram sentidos por comunidades tradicionais, pois 23 aldeias indígenas do estado foram alagadas com a cheia dos rios.