SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cenário de aumento no número de novos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) associados à COVID-19 deve se manter, especialmente em estados do Sudeste e do Centro-Oeste, segundo boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgado nesta quinta-feira (22/2).
Em boa parte dessas regiões, há uma retomada do crescimento semanal das internações pela doença. Além deles, Santa Catarina também apresenta um leve sinal na mesma direção. A análise se refere à semana epidemiológica dos dias 11 a 17 de fevereiro.
O sinal de crescimento de SRAG associado à COVID-19 na tendência a longo prazo (últimas seis semanas) pode ser encontrada em sete estados: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Entre as capitais, 11 apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, a região Norte repete o sinal anterior de interrupção desse ciclo. "Agora, diversos estados da região já mantêm queda ou interromperam a sequência de crescimento do número de novos casos", disse à Agência da Fiocruz.
O boletim também apontou para o retorno de casos positivos para o vírus influenza A, o vírus da gripe. Concentrados nos estados do Centro-Sul, em especial nas regiões Sudeste e Sul, os casos são significativamente inferiores ao da COVID-19.
O pesquisador afirma que ainda é possível que haja um aumento simultâneo da circulação dos dois vírus em alguns estados do país, especialmente no Centro-Sul.
Em caso de sintomas de infecção respiratória ou de gripe, a recomendação é o repouso, o isolamento e buscar atendimento médico, além do uso da máscara, e a vacinação em dia.
Outros vírus respiratórios
Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e população a partir de 65 anos de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de Srag nas crianças pequenas são VSR (vírus sincicial respiratório) e o rinovírus. A mortalidade se mantém significativamente mais alta nos idosos, com predomínio de COVID-19.
No Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo é possível observar ligeiro aumento recente nos casos de SRAG positivos para influenza A (gripe), em volume significativamente mais baixo do que para a COVID-19.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (7,8%); influenza B (0,3%); vírus sincicial respiratório - VSR (10,4%); e Sars-CoV-2/COVID-19 (66,9%). Entre as mortes, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (4,6%), influenza B (0%), VSR (0%), e Sars-CoV-2/COVID-19 (87,2%).