A Polícia Civil de São Paulo pediu, pela terceira vez, a prisão de Fernando Sastre de Andrade Filho, o motorista do Porsche que bateu em um carro em 31 de março. O acidente matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana e deixou o estudante Vinicius Machado Rocha ferido. O 30° Distrito Policial (Tatuapé) concluiu o inquérito do caso.
O inquérito foi entregue à Justiça — que analisará o pedido de prisão preventiva. Os outros dois pedidos de prisão (uma temporária e outra preventiva) foram negados. Fernando foi indiciado por homicídio por dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente.
O primeiro pedido de prisão temporária foi negado porque a Justiça entendeu que ninguém pode ser preso por "clamor público". Já no pedido de prisão preventiva, o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, argumentou que Fernando se apresentou na delegacia após o acidente, tem endereço fixo, trabalha e não tem antecedentes criminais.
Segundo laudo da Polícia técnico-científica, o porsche dirigido pelo empresário estava a uma velocidade de 156 quilômetros por hora pouco antes de bater na traseira do carro do motorista de aplicativo. O acidente ocorreu na avenida Salim Farah Maluf, em São Paulo. O limite da via é de 50 km/h.
"Falha"
O dono do Porsche foi retirado do local do acidente pela mãe, que disse que levaria o filho ao hospital. Os policiais teriam se encaminhado para a unidade de saúde informado pela mãe para coletar o depoimento do motorista e fazer o teste do bafômetro, mas não o encontraram no local.
Ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a sindicância aberta pela Polícia Militar concluiu, a partir da análise das imagens de câmeras corporais, que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao teste de alcoolemia. Por isso, foi aberto um procedimento para a responsabilização dos policiais.