Apesar das pistas do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, estarem praticamente secas, o entorno ainda continua alagado -  (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Apesar das pistas do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, estarem praticamente secas, o entorno continua alagado

crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo formado por técnicos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), do Ministério de Portos e Aeroportos e da concessionária Fraport Brasil começa, na próxima semana, a fazer uma análise da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que foi tomado pela inundação que atinge a cidade de Porto Alegre desde o início do mês.

 

A afirmação foi feita pelo ministro Sílvio Costa Filho, após vista técnica ao aeroporto nesta quarta-feira (29/5). "Com a baixa da água, será possível verificar se houve dano à situação do asfalto e do concreto, para a gente preservar a segurança das operações", afirmou.

 

Apesar de estar quase toda seca, imagens aéreas do aeroporto mostram que o entorno da pista ainda está embaixo d'água.

 

 

Costa Filho disse que o terminal do Salgado Filho não estava mais alagado, mas que a parte das esteiras havia sido totalmente afetada.

 

O ministro disse que só poderá apresentar uma situação real do aeroporto e dar um prazo de reabertura após a concessionária fazer um diagnóstico de como o local foi afetado pela enchente, que será analisado pela Anac.

 

"Só após esse diagnóstico vamos apresentar a situação real do aeroporto", disse Costa Filho em um vídeo gravado às escuras no terminal do Salgado Filho, que segue sem energia elétrica.

 

Como mostrou a Folha na terça-feira (28), o aeroporto continuará interditado ao menos até o dia 10 de agosto, em virtude do alagamento no local. A informação faz parte de um Notam (aviso ao aviador, em tradução livre) emitido pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira).

 

 

O documento substitui outro Notam emitido pela FAB que tinha validade até esta quinta-feira (30). O aviso é válido por até 90 dias. "Após esse período, se a restrição persistir, um Suplemento AIP [informativo] pode ser emitido, com validade máxima de três anos, para informações temporárias de longa duração", diz a Aeronáutica.

 

Segundo a concessionária Fraport Brasil, as operações no aeroporto da capital gaúcha continuam suspensas por tempo indeterminado.

 

Com o fechamento do Salgado Filho, a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, começou a receber provisoriamente aviões comerciais de passageiros. Até esta semana são dois voos diários que podem descer no aeroporto militar. A partir da próxima semana o número aumenta para cinco.

 

A Fraport interrompeu todos os pousos e decolagens no último dia 3, quando a pista ainda não estava tomada pela água, após companhias aéreas suspenderem voos para Porto Alegre. Não levou muito tempo para a pista sumir no meio da água, que atingiu os terminais.

 

No sábado (4), quando a água invadiu o local, o terminal de passageiros foi fechado e o aeroporto acabou evacuado. Um cargueiro e aeronaves executivas ficaram no alagamento, sendo que alguns jatinhos estiveram quase submersos. Esses aviões ainda continuam no aeroporto, mas com menos água.