SANTOS - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou o aumento de 138% nas mortes por policiais militares em serviço no primeiro trimestre no estado. O dado foi considerado alarmante pelo ouvidor da PM, Cláudio Aparecido da Silva.
"É óbvio que preocupa a gente", disse Tarcísio em resposta à reportagem em evento de anúncio de obras urbanas, na tarde desta quinta-feira (2), na Prefeitura de Santos, no litoral de São Paulo.
"A gente não quer morte por intervenção policial. Bom seria se não tivesse nenhuma. O que acontece é que não pode haver também o confronto", afirmou.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgados em 29 de abril, foram 179 casos nos primeiros três meses de 2024 contra 75 em igual período de 2023 - maior proporção de mortes em ações da PM no estado desde 2020.
O aumento ocorreu em meio à Operação Verão realizada pela PM no litoral paulista - com 56 mortes de dezembro de 2023 a 1º de abril de 2024.
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Sobre críticas de entidades de direitos humanos à ONU sobre a atuação policial o governador chegou a dizer "não tô nem aí" em 8 de março. "O pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí", afirmou, na ocasião.
"Não vamos tolerar desvios de conduta", declarou em Santos nesta quinta. "Toda vez que é registrado um excesso, isso é registrado e esses profissionais estão sendo severamente punidos. A gente tem uma polícia extremamente profissional e não vai permitir que a conduta dos poucos maus policiais interfira na imagem da instituição como um todo", disse o governador.
Tarcísio reiterou, contudo, que "a polícia tem o respaldo do governo para combater a agressão injusta, indevida". "A gente não quer o confronto, mas, se o confronto vai acontecer, a polícia naturalmente está autorizada a usar a força, como não poderia deixar de ser", concluiu.
Governo anuncia moradias e escolas técnicas
Ao lado do prefeito Rogério Santos (Republicanos), Tarcísio anunciou a construção de 60 moradias com urbanização no Dique da Vila Gilda, na zona noroeste da cidade, uma das maiores favelas sobre palafitas do país. O Parque Palafitas, como é chamado pela prefeitura, proporcionará infraestrutura às famílias que já residem no local.
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Também foi feito o anúncio da modernização do tráfego no entorno do viaduto Dr. Paulo Bonavides, no bairro Alemoa. O investimento nas obras viárias e de moradia soma R$ 41 milhões.
A zona noroeste de Santos também vai receber unidades da Etec (Escola Técnica Estadual) e Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado). Os custos estão em fase de definição, mas podem ficar na ordem de R$ 40 milhões, segundo Tarcísio.
O governador estima que as aulas para 1.200 novos alunos possam começar em 2027. As obras tiveram assinatura conjunta pelo governador e pelo prefeito para formalizar convênios.