Os candidatos ao Concurso Nacional Unificado (CNU), apesar de frustrados, concordam em parte com a decisão do Governo Federal em adiar as provas que ocorreriam no próximo domingo (5/5) em razão das chuvas no Rio Grande do Sul. A medida foi divulgada nesta sexta-feira (3/5) pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Uma nova data ainda não foi definida. A ministra também disse que as provas estão em lugar seguro.

 

A advogada Rachel de Souza faz parte dos dois milhões de inscritos e criticou a demora do governo para emitir um posicionamento sobre o adiamento. “Não é uma coisa que está acontecendo hoje e a gente não precisa esperar a situação ficar péssima pra poder tomar um partido sobre alguma coisa. Pelo fato de ser um concurso unificado, é importante que o país inteiro faça da mesma forma, que não tenha essa questão de diferenciação e tudo”, afirmou.

 

A candidata, que faria a prova em Belo Horizonte, conta que investiu R$1 mil em um cursinho e estava se preparando para a última semana de estudos. “Nessa última semana, é normal, eu sempre fico muito estressada, ansiosa, porque eu sei que é uma coisa importante, mas eu tento sempre manter a calma.Tentei fazer revisão, simulado, essas coisas todas, pra sentir que eu estava pronta pra prova”, conta.

 

Em Brasília, a arquiteta Marília Tuler saiu do emprego há quase um ano para se preparar para concursos. Estudando mais de dez horas por dia, ela acredita que o adiamento foi positivo, pois vai poder estudar mais: “Vou ter uns dias pra revisar com calma e estar com o corpo mais descansado”, avaliou.

 

Marília não se frustrou com a decisão. “A opção de manter não seria coerente com a proposta de democratização que o CNU tem. A prova em si tem um posicionamento de política pública, de inclusão. É preciso pensar além do operacional apenas”, pontuou.

  

Otimista pela aprovação, a arquiteta aguarda uma próxima data. “Ansiedade é quase inevitável, mas eu me sinto preparada. Meu rendimento está bem alto e eu me preparei muito.Acredito que eu consiga pelo menos uma vaga, ainda que não seja a minha primeira opção de cargo”, contou.

 



 

O fisioterapeuta e professor universitário, Breno Gonçalves Teixeira, iria realizar a prova em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele acredita que poderiam existir outras alternativas que não o adiamento. “Infelizmente, aconteceu em cima da hora. Eu acho que poderia ter outras alternativas, poderia ter realizado nas outras regiões do país a prova na data que já tinha sido selecionada, no caso, no domingo, e ter feito uma nova prova para o pessoal do Sul em outro momento”, sugeriu.


O desenvolvedor de software João Pedro Costa iria fazer a prova de nível médio em Belo Horizonte. Ele afirma que se a prova tivesse sido mantida para o domingo, milhares de candidatos seriam prejudicados. “Era necessário o adiamento da prova porque muita gente ia acabar sendo prejudicada por uma coisa que não tem como controlar. Eu acho que adiar é o certo. É uma prova no país inteiro, gigantesca. Eu acho que pensar numa decisão desse tamanho era necessário e levar o tempo que for é melhor do que tomar uma decisão precipitada”, opinou.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos 

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