SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O terreiro do Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor, em Vila Velha (ES), sofreu com um incêndio na madrugada desta sexta-feira (3/5).
O pai de santo, babalorixá Alexandre de Ossaim, de 62 anos, acredita que incêndio foi criminoso e afirmou à reportagem que vê o caso como um ato de intolerância religiosa e racismo.
Objetos sagrados e parte do terreiro foram destruídos. O incêndio teria começado no almoxarifado do terreiro, onde há mais artefatos inflamáveis. Entretanto, bombeiros teriam chegado rapidamente antes que o fogo se espalhasse e consumisse todo o local.
O terreiro já sofreu ataques anteriormente. Segundo Alexandre de Ossaim, outras pessoas já jogaram pedras no telhado da casa e discutiram com os gestores. "Senti uma dor muito grande, pelas minorias, pelos nossos antepassados, pelos negros, pelos gays. Só me pergunto por que ainda existe isso [intolerância]", disse o pai de santo.
O caso foi denunciado à polícia, diz o pai de santo. Em nota, a Polícia Civil do Espírito Santo afirmou que "orienta as vítimas desse tipo de crime a registrarem as ocorrências em qualquer delegacia, a fim de identificar os suspeitos e aplicar a devida punição", mas não confirmou se foi aberta uma investigação. A reportagem tentou contato com o Corpo de Bombeiros e com a Polícia Militar do Espírito Santo, mas não teve retorno.
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"Mais uma vez, em nosso país dito laico, onde os próprios irmãos deveriam se respeitar, nós das religiões de matriz afro sofremos um ataque. Crueldade, racismo e intolerância, o que mais podemos esperar? Até quando? O que lutamos 39 anos para adquirir virou cinzas, foram queimados pela maldade, juntamente com material ritualístico", disse o Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor, em seu Instagram.