FOLHAPRESS - A recuperação de estradas federais danificadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul deve custar R$ 1 bilhão, calcula o ministro dos Transportes, Renan Filho.

 



 

O valor é preliminar e pode ser ainda maior, pois a avaliação dos danos é realizada à medida que o nível da água baixa nas localidades afetadas.

 

Em Porto Alegre, o nível do rio Guaíba ainda estava em 5,26 metros às 11h15 desta segunda (6/5), muito acima da cota de inundação, que é de 3 metros. A capital gaúcha e as cidades do entorno ainda têm bairros cobertos pela água da enchente recorde.


As chuvas também castigaram municípios da região central, como Santa Maria, e do Vale do Taquari, no interior gaúcho.

 

O cálculo do Ministério dos Transportes foi antecipado em entrevista à Rádio Gaúcha e confirmado pelo ministro à Folha.

 

"Provável que [as ações de] emergência mais reconstrução superem a marca de R$ 1 bilhão", disse Renan Filho.

 

 

O valor ainda pode ficar maior, pois os técnicos do governo levantaram estimativas relativas às rodovias administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A pasta atua agora para mapear os danos nas estradas geridas por concessionárias, que serão alvo das ações.

 

O trabalho também depende da avaliação minuciosa da segurança das infraestruturas remanescentes. A maior preocupação dos técnicos é com as pontes, algumas bastante danificadas.

 

Em boletim atualizado no sábado (4/5) às 17h25, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicou 64 trechos de rodovias federais com interdição parcial ou total. As causas são diversas, desde queda de barreiras até desabamento de viadutos.

 

 

Em Porto Alegre, as duas pontes que cruzam o rio Guaíba seguem bloqueadas. Elas são a principal ligação com o sul do estado. Na mesma rodovia, um viaduto na entrada do município de Eldorado do Sul foi danificado. A cidade ficou praticamente toda submersa pela água.

 

O número de mortos por causa das enchentes chegou à marca de 83 mortes neste domingo e pode aumentar ainda mais nos próximos dias, pois há um total de 111 desaparecidos, além de 291 feridos. De acordo com a Defesa Civil, há 20.070 desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 129.279 desalojados.

 

Do total de 497 municípios do estado gaúcho, 364 foram afetados pelas fortes chuvas da região. O governo federal reconheceu estado de calamidade pública em 336 deles.

 

No domingo (5/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Rio Grande do Sul pela segunda vez em uma semana.

 

 

Ele foi acompanhado por uma comitiva de ministros, pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, e pelo vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.

 

Lula sobrevoou a capital, Porto Alegre, e localidades da Região Metropolitana afetadas pela enchente recorde. Em seguida, ele prometeu ajuda federal para a reconstrução de estruturas danificadas pelo desastre.

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