Caipirasuchus catanduvensis, com o apelido de

Caipirasuchus catanduvensis, com o apelido de "crocodilo caipira"

crédito: Fabiano Iori/Divulgação

Uma espécie inédita de crocodilo, que viveu há 85 milhões de anos, foi descoberta por pesquisadores em Catanduva, interior de São Paulo. A descoberta aconteceu durante as obras de duplicação da rodovia Comendador Pedro Monteleone, a ‘Rodovia da Laranja’ (SP-351), quando a grande quantidade de rocha foi removida para a construção de uma ponte em um dos trevos de acesso a Catanduva. O estudo foi publicado este mês em uma revista internacional. 

 

O crocodilo do Período Cretáceo é chamado de Caipirasuchus catanduvensis, com o apelido de "crocodilo caipira". De acordo com a pesquisa, o crocodilo viveu há 85 milhões de anos e atingia até 1,2 metros de comprimento. Eram animais com hábitos terrestres e se alimentavam de plantas.

 

catanduva/SP
catanduva/SP (foto: Fabiano Iori/Divulgação)

 

O fóssil da espécie de Caipirasuchus com o crânio melhor preservado foi encontrado neste grupo. O estudo começou em 2011 e, durante esse período, o fóssil esteve no Museu de Monte Alto, passando pelo processo de remoção de dentro da matriz rochosa.

 


De acordo com o paleontólogo Fabiano Vidoi Iori há um osso que difere o crocodilo de outros animais mais conhecidos. "Ele tem um ossinho que chama pterigoide (no céu da boca) e ele tem uma câmera ligada às vias aéreas que não é visto em outras espécies", comentou o especialista.

 

Até o momento foram descobertas seis espécies de Caipirasuchus. As duas primeiras descritas foram escavadas no município de Monte Alto (SP), outras duas são da região de General Salgado (SP), uma de Iturama (MG) e a nova espécie de Catanduva.

 

Caipirasuchus catanduvensis, com o apelido de "crocodilo caipira"
Caipirasuchus catanduvensis, com o apelido de "crocodilo caipira" (foto: Fabiano Iori/Divulgação)

O paleontólogo Fabiano Vidoi Iori resultou na descoberta de mais materiais e no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos, onde foi identificada a presença de restos de conchas, peixes, anuros, tartarugas, crocodilos e dinossauros.

 

 

"O interior paulista tem sorte de estar sobre uma bacia sedimentar que se formou no período cretáceo por volta de 85 milhões de anos mais ou menos, então onde tiver rocha e disposição é possível encontrar fósseis", acrescenta o paleontólogo.