Celulares pirata -  (crédito: Robin Worrall/Unspash/Reprodução)

Celulares pirata

crédito: Robin Worrall/Unspash/Reprodução

Uma atualização mal-sucedida em um software fornecido pela Microsoft, em parceria com a empresa de segurança cibernética CrowdStrike, provocou um apagão global nesta sexta-feira (19/7), afetando sistemas de saúde, bancos e aviação, entre outros setores. A pane foi atribuída ao software de segurança cibernética "Falcon", desenvolvido para proteger computadores e servidores contra ataques cibernéticos. Curiosamente, o funcionamento dos celulares não foi afetado por essa interrupção.


A principal razão pela qual celulares não foram afetados pelo apagão é que o Falcon, como muitos sistemas de segurança cibernética avançados, é mais frequentemente utilizado em servidores corporativos do que em dispositivos pessoais. “Ele é parecido com um antivírus, porém mais sofisticado, porque usa inteligência artificial para detectar vírus ainda não identificados”, explica o especialista em Segurança da Informação e professor da Estácio BH, José Teixeira Horta Júnior.

 


É por isso que o problema afetou principalmente empresas e não os computadores domésticos. "Embora possa ser instalado em computadores pessoais, o sistema é mais complexo e raramente utilizado por pessoas físicas. Trata-se de uma solução especializada, cuja maioria dos usos é realizada por empresas", ressalta o mestre em educação tecnológica.

 


O problema surgiu após uma atualização no sistema da Microsoft, que gerou uma incompatibilidade com o Falcon, e fez com que o sistema parasse de funcionar. Como resultado, muitos servidores pelo mundo ficaram fora do ar ou começaram a exibir a temida tela azul do Windows, levando à instabilidade dos seus sistemas. “Se o Windows não funciona, os serviços hospedados nele também não funcionam. O que aconteceu é que a Microsoft e a CrowdStrike não sintonizaram, vamos dizer assim, essa atualização, então houve uma incompatibilidade”, explica o professor.


A interrupção também afetou o Azure, plataforma de computação em nuvem da Microsoft, utilizada por diversas empresas para armazenar dados e operar seus serviços, e também teve reflexos em aplicativos como o Microsoft Teams e PowerBI. “Este não é um incidente de segurança ou um ataque cibernético”, garantiu o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, que disse ainda que os canais oficiais de comunicação da empresa estão à disposição dos clientes. 


O problema, segundo a CrowdStrike e a Microsoft, foi identificado e corrigido, mas ainda podem persistir algumas consequências residuais. Com seus sistemas fora do ar, as principais companhias aéreas e bancos do mundo interromperam seus serviços. Gradualmente, a normalidade está sendo retomada. No setor de aviação, embora os horários dos voos tenham sido impactados, a pane não afetou o controle de tráfego aéreo.

 


Apesar da situação caótica, o especialista José Teixeira garante que não há motivo para alarde e, em termos de segurança, as consequências da pane são momentâneas. “É importante ressaltar que não foi um ataque cibernético. Foi uma atualização incompatível com esse sistema Falcon. É muito difícil isso acontecer novamente. Eles (Microsoft) devem agora verificar essas atualizações com mais cautela para verem a incompatibilidade”, afirma.