A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, confia que o Brasil consiga enfrentar as próximas pandemias que "podem vir de qualquer lugar" -  (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil )

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, confia que o Brasil consiga enfrentar as próximas pandemias

crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, confia que o Brasil consiga enfrentar as próximas pandemias, que, segundo ela, “podem vir de qualquer lugar”. Durante a segunda edição Cúpula Global de Preparação para Pandemias, nesta segunda-feira (29/7), a ministra garantiu que o Brasil é capaz de participar da Missão 100 Dias, que une esforços para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos para todo o mundo em menos de três meses.

 

O evento internacional reuniu diversos especialistas e líderes de governo de várias partes do mundo no Rio de Janeiro para debater o enfrentamento de doenças epidêmicas, como a COVID-19.  

 

“Sem dúvida, o Brasil tem condições de adotar esse objetivo. O Brasil é parte desse esforço e nós retomamos uma agenda que as instituições de pesquisas científicas levantaram com muita força”, frisou a ministra sobre a Missão 100 Dias.

 

 

O prazo estipulado pela Missão representa um terço do tempo que levou para criar uma vacina contra o coronavírus. Os órgãos garantem que a produção e a distribuição de vacinas no prazo de 100 dias poderá interromper a próxima pandemia já no início. 

 

A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, destacou que a Missão 100 Dias é uma questão de velocidade na resposta das epidemias, além da equidade na disponibilização de recursos. “É sobre proteger todas as pessoas de novas doenças antes que tenham as vidas delas e de familiares destruídas".

 

A pandemia da COVID-19 deixou mais de 7 milhões de mortos e, apenas no Brasil, 700 mil pessoas perderam a vida pela doença. Segundo Nísia, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem bases na ciência e na tecnologia, e esforços industriais na área da saúde para cumprir com as propostas de combate à pandemia. Apesar disso, ressaltou a importância da troca de conhecimento e de experiência entre os países para que o esforço seja igualitário. 

 

“Não é possível pensar em proteção de forma equitativa sem a participação dos nossos países”,  ressaltou. “É hora de traduzir equidade e solidariedade em ações concretas para garantir acesso junto a produtos para o enfrentamento a pandemias e outras emergências de saúde”, completou. 

 

 

Parceira na luta contra pandemias 

O evento também foi palco para a parceria entre o Instituto de Tecnologia em Imunobiológico (Fiocruz) e a rede Cepi. A inclusão da Fiocruz na rede impulsionará os esforços de produção de vacinas na América Latina e no Caribe. O investimento da Coalizão somará mais de R$ 92 milhões (US$ 17,9 milhões) para expandir novas plataformas de tecnologias de imunizantes de resposta rápida contra doenças infecciosas. 

 

O CEO da Cepi, Richard Hatchett, argumentou que a parceria é essencial para a produção mundial de medicamentos que combatem doenças epidêmicas.

 

“Expandir a capacidade global de fabricação de vacinas é crucial para fortalecer nossas defesas coletivas contra surtos. A expertise renomada em fabricação da Fiocruz e suas crescentes capacidades de resposta rápida estão posicionadas para desempenhar um papel vital na ampliação do acesso a vacinas na região e além. Esta crescente rede de fabricantes apoiada pela Cepi, dedicada ao acesso no Sul Global, está ajudando a equipar melhor o mundo para responder de forma mais rápida e equitativa às ameaças futuras de pandemia”.

 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro