SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Parte dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ameaçam paralisar suas atividades nesta quarta-feira (3/7).

 

A mobilização, aprovada em assembleia estadual e plenária nacional da categoria, será no mesmo dia da terceira rodada de reuniões entre representantes dos trabalhadores e o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).

 

Também estão previstas manifestações em diversas cidades no país.

 



 

Em São Paulo, os servidores irão se reunir em frente a Superintendência do INSS, no viaduto Santa Ifigênia (região central), às 15h, segundo Sinsprev/SP (Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo).

 

O objetivo é pressionar o MGI a fazer nova proposta à categoria. Caso as negociações não avancem, poderá haver greve.

 

"O governo desconsiderou todos os nossos pleitos, inclusive aqueles de reestruturação de carreira que não têm impacto financeiro e ofereceu apenas o reajuste de 9% em 2026 e 3,5% em 2026", afirma a diretora do Sinsprev/SP, Thaize Chagas Antunes.

 

"Lembrando que tivemos o nosso salário congelado de 2017 a 2022, sem nenhum centavo de reajuste".

 

 

A plenária nacional da categoria, realizada no último domingo (30/6), também aprovou greve dos servidores do INSS a partir de 16 de julho, caso o governo não as negociações não avancem.

 

Há no entanto, uma parte dos servidores que não devem parar suas atividades, mas seguem na "operação apagão". São os funcionários representados pelo SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo).

 

Eles irão decidir sobre uma possível paralisação após a reunião nacional desta quarta, mas seguem na "operação apagão" até quinta-feira (4), reduzindo em 20% sua produção. A reivindicação é reajuste salarial de 33% até 2026 e valorização da carreira de técnico do seguro social.

 

Segundo o SINSSP, a operação não deve afetar diretamente o atendimento presencial nas agências do INSS, mas pode atrasar a liberação de benefícios previdenciários e assistenciais, como é o caso do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

 

As medidas atingem tanto quem trabalha de forma presencial, nas APSs (Agências da Previdência Social), quanto os que estão em home office.

 

Qual a reivindicação dos servidores?

Há hoje 18 mil funcionários da Previdência, dos quais 14 mil são técnicos do seguro social. De acordo com os sindicatos, o governo, por meio do MGI, se recusa a renegociar a valorização da categoria.

 

Além de reajuste salarial, os servidores pedem para que a carreira de técnico do seguro social seja considerada uma carreira de estado, essencial para o funcionamento da máquina pública, mas esse não seria o entendimento do MGI, que caminha para qualificar esses servidores como de apoio.

 

A categoria também cobra a alteração do nível de ingresso para o cargo de técnico do seguro social para nível superior, defendendo a complexidade das atividades já desenvolvidas e temendo o avanço do uso de IA (Inteligência Artificial) nas análises do INSS.

 

"Todos este pontos estão no acordo de greve assinado em 2022, e o governo não cumpre", diz Thaize.

 

Procurado pela Folha de S.Paulo, o INSS não se manifestou até o momento. O MGI também não respondeu a reportagem.

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