"Ele está sendo muito bem assistido pelos médicos e se cuidando", disse Tiago Abravanel sobre Silvio Santos -  (crédito: SBT/reprodução)

"Ele está sendo muito bem assistido pelos médicos e se cuidando", disse Tiago Abravanel sobre Silvio Santos

crédito: SBT/reprodução

 


Silvio Santos vem aí... Quem nunca assistiu ao apresentador, que morreu neste sábado (17/8), comandando, de forma genial, uma série de programas na TV? Silvio criou bordões, lançou muita gente, aprontou muito falando o que lhe dava na telha. São histórias e personagens a perder de vista.

 

Durante décadas, o domingo foi sinônimo de Silvio Santos. Confira algumas histórias da frente e de trás das câmeras. Sempre fora da curva.

 

QUEM QUER DINHEIRO?

 

 

Aliás, quem não quer? Ao longo de décadas, Silvio Santos distribuiu notas de dinheiro para as colegas de trabalho (sua plateia, nunca podemos esquecer, era eminentemente feminina). A cada edição de seu programa, bolos com 60, 80 notas – dependia do humor do apresentador – “voavam” no público. E tinha uma razão. As notas eram enviadas como aviõezinhos. Durante muito tempo, a função de colar cada nota com durex coube a Seu Assis, como ficou conhecido o chefe de cenário Jorge Assis de Souza. Nascido em 1930, mesmo ano do patrão, ele deixava 100 aviõezinhos prontos a cada semana. Figura rara, trabalhou a vida inteira na televisão – começou a carreira nos anos 1950, como porteiro da Tupi. Seu Assis ficou no SBT até 2017, quando foi afastado por motivos de saúde.

 

Sônia Lima, Aracy de Almeida, Luís Ricardo, Nelson Rubens e Mara Maravilha no "Show dos calouros", programa de Silvio Santos

Sônia Lima, Aracy de Almeida, Luís Ricardo, Nelson Rubens e Mara Maravilha, jurados do "Show de calouros"

SBT/reprodução



SHOW DE CALOUROS

 

Uma das mais importantes atrações do “Programa Silvio Santos”, durou de 1977 a 1996. Mais do que os calouros que se apresentavam ali, quem fez história foi o corpo de jurados, que mudou ao longo dos anos. A formação clássica é a da década de 1980: a cantora Aracy de Almeida, célebre pelo mau humor; Pedro de Lara, o brigão da turma; a ex-vedete Wilza Carla; os humoristas Manuel de Nóbrega e Consuelo Leandro. Também passaram pelo júri Elke Maravilha, Cinira Arruda, Nelson Rubens, Décio Picinini, Wagner Montes, Mara Maravilha, Sérgio Mallandro e Sônia Lima.

 

Supla e Bárbara Paz no programa "Casa dos artistas"

Supla e Bárbara Paz foram o casal romântico de "Casa dos artistas", o reality pioneiro que irritou a Globo

SBT/reprodução

 

CASA DOS ARTISTAS


Que Silvio Santos era inteligente e arguto, isso não é novidade para ninguém. Pois ele se tornou o pioneiro dos reality shows no Brasil, antecipando-se à Globo e deixando a todo-poderosa fula da vida. Em 2001, ninguém sabia o que era reality. A Globo havia comprado da produtora holandesa Endemol os direitos do “Big brother”, que lançaria em 2002. Antes disso, Silvio desistira da negociação. Pois ele mandou produzir em sigilo o programa “Casa dos artistas”, que reuniu 12 famosos na mansão ao lado de sua própria residência, no Morumbi. A estreia, de surpresa, ocorreu em um domingo, 28 de outubro de 2001, provocando a primeira derrota de audiência do “Fantástico”. A Globo reagiu, entrou com liminar na Justiça alegando que o SBT havia copiado o formato da atração. O reality teve que sair do ar e, num gesto de ousadia, a emissora veiculou comunicado durante 15 minutos explicando que “Casa dos artistas” não seria exibido. Conseguiu, mais tarde, reverter a decisão – e o reality, que se tornou histórico, voltou às telas. Não dá para esquecer o affair entre Supla e Bárbara Paz em frente às câmeras. A atriz, por sinal, se tornou a primeira ganhadora de um programa deste formato no Brasil. A final deu ao SBT a maior audiência de sua história até então.

 

 

Lombardi e Silvio Santos sorriem para a câmera

O locutor Lombardi e Silvio Santos: parceria de quatro décadas

Reprodução

 

LOMBARDI


“Lombardi, vou fazer de você o locutor mais famoso do Brasil”, disse Silvio Santos a Luiz Lombardi Netto (1940-2009), logo após o conhecê-lo, na década de 1960. Começaram a trabalhar juntos em 1965. Foram quatro décadas: Lombardi era a voz oficial do “Programa Silvio Santos”. “É com você, Lombardi”, dizia o apresentador. “Oi, Silvio”, ele respondia. Não mostrava o rosto publicamente, condição imposta pelo chefe. A proibição foi se abrandando com o tempo e, eventualmente, Lombardi mostrou a cara. Em 2001, desfilou na Escola de Samba Tradição, que homenageou Silvio. Apesar de algumas aparições, seguiu famoso e desconhecido até a morte, de infarto, aos 69 anos.

 

 

Virgínia Lago com Pablo, o dublador do quadro "Qual é a música?" do programa de Silvio Santos

Virgínia Lago era ajudante de Pablo, o dublador do quadro "Qual é a música?"

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PABLO


“Pablo, qual é a música?” Quem cresceu vendo TV nos anos 1980 sabia exatamente o que aconteceria logo após esta pergunta de Silvio Santos. Primeiro dublador da gincana musical, Pablo, na verdade o espanhol Augusto José Rodriguez Carrascal, de 67 anos, aparecia com o rosto maquiado e roupas coloridas. A pintura facial foi sugestão do próprio Silvio, que queria algo semelhante ao Kiss. Pablo, ou melhor, Augusto, resolveu dar uma colorida no make. Trabalhou no programa de 1977 a 1987. Outros dubladores vieram depois – todos chamados Pablo. O original voltou para a Europa, onde vive até hoje.

 

O aposentado Sidiney Ferreira Moraes foi o único ganhador do milhão oferecido por Silvio Santos

O aposentado Sidiney Ferreira Moraes foi o único ganhador do milhão oferecido por Silvio Santos

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UNIVERSITÁRIOS


Quem nunca pediu ajuda aos universitários? Silvio Santos lançou este bordão no “Show do milhão”, que comandou entre 1999-2003 e 2009. Houve outras versões do programa, que poderá voltar com Patrícia Abravanel em 2025. Importado dos EUA, trazia perguntas de múltipla escolha. A cada acerto, o valor do prêmio (R$ 1 milhão em barras de ouro) aumentava. Quando um dos candidatos dizia “quero a ajuda dos universitários”, três estudantes convidados poderiam responder a uma questão. Houve um único ganhador do milhão: o bancário aposentado Sidiney Ferreira Moraes, de Campo Grande (MS).