A Polícia Federal (PF) apresentará até a próxima sexta-feira um relatório com informações sobre o acidente aéreo em Vinhedo (SP), que deixou 62 mortos. Ao Correio, fontes da PF ligadas à investigação afirmam que o documento deve conter dados de drones e imagens em 3D que, junto a informações das caixas pretas, podem indicar informações sobre a dinâmica do acidente.
Ao menos vinte peritos estiveram no local para coletar vestígios e analisar o posicionamento das partes mecânicas, asas, turbinas e outros vestígios que possam explicar o que ocasionou a queda do avião. A expectativa é unir essas informações com as que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) encontrou nas caixas pretas e no local do acidente.
Na noite desta terça-feira (13), em um vídeo, o presidente e cofundador da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, manifestou-se pela primeira vez desde o acidente. “Sempre construí uma base com diretrizes sólidas, sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais, para garantir a segurança operacional de todos”, disse.
Filho destacou que é piloto há 30 anos e que está prestando apoio aos familiares das vítimas. “Não estamos medindo esforços logísticos e operacionais para que todos recebam o nosso efetivo apoio neste momento”, completou.
Ao Correio, a empresa aérea Voepass, responsável pela operação na aeronave que caiu, afirmou que está “aguardando a permissão das autoridades” para dar mais um passo no desfecho da história. A empresa iniciará o recolhimento dos pertences pessoais dos passageiros, bem como a descontaminação e identificação dos mesmos. Eles também serão os responsáveis por retirar os entulhos do local e recuperar a área atingida.
Vítimas
Até o momento, 35 vítimas do acidente aéreo foram identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Dessas, 17 tiveram o corpo liberado aos familiares. A equipe de 40 profissionais do IML segue trabalhando na identificação das vítimas por meio de análise de digitais, arcada dentária e DNA.
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O diretor do IML, Vladimir dos Reis, afirmou que o motivo da morte dos tripulantes foi politraumatismo. Segundo o especialista, a aeronave teria despencado “em queda livre” de quatro mil metros de altura e teve um choque muito grande no solo. “É uma morte instantânea”, disse.
“A aeronave não explodiu no céu, ela teve praticamente uma queda livre. Então, as vítimas sofreram danos decorrentes do impacto”, completou o médico Claudinei Salomão, superintendente da Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que hoje vai realizar o transporte de urnas funerárias de vítimas do acidente. Segundo a corporação, o transporte será realizado de São Paulo para Cascavel(PR), onde estão os familiares de alguns dos mortos.
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“O translado será feito com a aeronave C-105 Amazonas, com decolagem prevista para às 11 horas a partir da Base Aérea de São Paulo (BASP)”, informou a FAB. A transferência ocorre de acordo com pedidos das famílias.