Foto divulgada pela Força Aérea Brasileira mostra parte dos gravadores de voo da aeronave ATR 72-500 operada pela companhia aérea Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo -  (crédito: Divulgação/Força Aérea Brasileira/AFP)

Foto divulgada pela Força Aérea Brasileira mostra parte dos gravadores de voo da aeronave ATR 72-500 operada pela companhia aérea Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo

crédito: Divulgação/Força Aérea Brasileira/AFP

O gravador de voz da cabine do avião que caiu em Vinhedo (SP) registrou o momento em que o copiloto percebeu que a aeronave estava perdendo sustentação e afirmou que era necessário "dar potência" para tentar estabilizar.

O intervalo entre a constatação da perda de altitude e a queda do avião durou apenas um minuto. A gravação também mostra os gritos dos passageiros. O áudio da chamada caixa-preta da aeronave foi obtido pelo Jornal Nacional.

O acidente aéreo que ocorreu na última sexta-feira (9/8) matou 62 pessoas. A Polícia Civil de São Paulo, a Polícia Federal e a Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), investigam o caso.

 

 

Segundo a FAB, os dois gravadores de voo, o Cockpit Voice Recorder (gravador de voz da cabine) e o Flight Data Recorder (gravador de dados de voo) — conhecidos como caixas-pretas — foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Cenipa, em Brasília. Os trabalhos de preparação, extração e degravação de dados foram realizados com êxito pelos investigadores.

 

 

“Com relação ao CVR, está sendo realizado um estudo minucioso dos diálogos e sons estabelecidos na cabine e com o controle do espaço aéreo. Ainda, por meio do CVR, devem ser identificados os possíveis alarmes sonoros, cuja pesquisa pode requerer, se necessário for, uso de software de análise espectral do som. Por meio do FDR, já no início do processo, busca-se, após a extração e obtenção das informações gravadas nas caixas-pretas, a conversão dos dados eletrônicos binários em unidade de engenharia”, explicou o Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno.

 

O que diz a FAB?

 

 

Em nota, a Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, afirmou que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB, envolvida no acidente aeronáutico em Vinhedo (SP).

 

 

"O CENIPA destaca, ainda, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica - CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944", diz.

A FAB também destacou o "compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no acidente".