A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o chefe da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, destacaram possibilidade de ação criminosa para explicar as queimadas em todo Brasil. Eles participaram de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste domingo (25/8), na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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"Praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo, e isso não faz parte da nossa curva de experiência na nossa trajetória de tantos anos de abordagem do fogo. No caso do Pantanal, a gente estava tendo ali a abertura de dez frentes de incêndios por semana. No caso da Amazônia, nós identificamos o mesmo fenômeno. E em São Paulo não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, declarou Marina Silva.
Ao todo, foram instaurados 31 inquéritos para apurar os incêndios na Amazônia e Pantanal. Já em São Paulo, são duas investigações, que prejudicaram os aeroportos de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. A ministra evitou atribuir culpados, mas disse que na Amazônia e Pantanal há “fortes indícios” dos incêndios serem criminosos é que em SP ainda não se sabe e será apurado.
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O ministro Padilha também defendeu a hipótese de incêndio criminoso. “Se tem fogo coordenado, ao mesmo tempo, de forma atípica, há crime. E é isso que a PF vai investigar”, declarou.
A Polícia Federal afirma que está em investigação conjunta com os estados para apurar as causas dos incêndios. “A investigação vai apurar todos os pontos porque não posso dizer agora qual é o ponto inicial (de queimada) que está afetando ou deixando de afetar a qualidade do ar. O incidente não é municipal ou estadual, é um plano ambiental que deve ser apurado pela Polícia Federal. Para isso nós utilizamos também os sistemas de satélites que o Ministério da Justiça disponibiliza para que a gente consiga, a partir dessas imagens, retroceder no tempo e poder identificar o ponto inicial desses incêndios e ter mais clareza no que aconteceu”, declarou o chefe da PF, Andrei Rodrigues.