A campanha Setembro Amarelo é dedicada à saúde mental das pessoas, mas, além delas, é necessário pensar nos animais. Um grupo internacional de neurocientistas de Cambridge, no Reino Unido, afirma que cachorros também sofrem de depressão e ansiedade.
A médica veterinária da Brazilian Pet Foods, Dorie Zattoni, afirma que os animais, assim como os humanos, também possuem a capacidade de ter sentimentos. Ela destaca que, tanto em cães quanto em pessoas, a ansiedade se manifesta como uma reação a certas situações problemáticas, mas, em determinado nível, passa a ser patológica.
Como saber se o cão está com problemas de saúde mental
A especialista diz que “a ansiedade surge quando o cão tem a expectativa de que algo ruim está para ocorrer”. A possibilidade de algo acontecer aciona o sistema simpático, responsável pelas reações do organismo diante de situações perigosas ou estressantes, fazendo com que o animal manifeste uma conduta intensa.
De acordo com Dorie, quando a ansiedade é patológica, os sintomas podem incluir estado de alerta contínuo, hiperatividade, lambedura excessiva, queda de pelo, problemas digestivos, uivos, tremores, gemidos, latidos em excesso, medo exagerado, agressividade e comportamentos destrutivos, que podem aumentar quando os cães ficam sozinhos.
A veterinária explica que muitas situações podem desencadear a ansiedade canina, como medo de ficar sozinho, barulhos de fogos de artifício, tempestades ou trânsito. Dorie acrescenta que “qualquer incidente que supere sua capacidade de adaptação ou que seja frequentemente repetido pode ocasionar a crise de ansiedade”.
Já a depressão pode ocorrer, principalmente, em casos em que há muita dependência emocional do cachorro em relação ao seu tutor. No entanto, casos específicos podem gerar o quadro, como alterações na rotina da família, chegada de um novo membro (pessoal ou animal de estimação), maus-tratos, morte de alguém próximo, falta de vínculos ou estímulos.
Animal de estimação deve ir ao especialista
Para tratar a depressão e a ansiedade nos bichinhos, é necessário levá-los ao veterinário. Dorie afirma que, se o diagnóstico for confirmado, o mais indicado é a terapia comportamental, conduzida por um etólogo ou especialista em comportamento animal.
Além das consultas, explica a veterinária, “existem também medicamentos que podem ajudar, mas estes precisam sempre ser recomendados por um profissional.”