O cantor Gusttavo Lima -  (crédito:  Instagram/Reprodução)

O cantor Gusttavo Lima

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A prisão do cantor sertanejo Gusttavo Lima foi decretada na tarde desta segunda-feira (23/9), pela Justiça do estado de Pernambuco. A pedido de prisão acontece em meio à "Operação Integration", pelo qual também foi presa a influenciadora digital Deolane Bezerra. Nos últimos anos, o artista também foi alvo da "CPI do sertanejo" e esteve envolvido em cachês milionários.

 

 

Em 2022, diversos shows com altos cachês pagos por prefeituras de pequenas cidades mineiras passaram a ser investigados pelo Ministério Público (MP). Só no primeiro semestre daquele ano, pelo menos 36 cidades foram investigadas por promover shows, festivais ou festas com a presença de artistas conhecidos nacionalmente e alto cachê. O movimento ficou conhecido informalmente como "CPI do sertanejo". 

 

Shows cancelados

Um dos casos aconteceu em maio do mesmo ano, em que a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, anunciou o cancelamento dos shows de Gusttavo Lima e da dupla Bruno & Marrone na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos. A decisão do Executivo aconteceu após vir a público que a gestão municipal faria uso indevido dos valores da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) para pagar os cachês dos artistas, que, somados, correspondem a R$ 1,72 milhão.

 

 

Uma contratação feita pela prefeitura de São Luiz, município no Sul de Roraima, também gerou repercussão nas redes sociais. A cidade, que tem cerca de 8 mil habitantes e o segundo menor Produto Interno Bruto (PIB) do estado – R$ 147,6 milhões –, contratou o sertanejo, por R$ 800 mil, para ser a atração principal da 24ª edição da vaquejada.

 

A Justiça ainda cancelou um show do cantor em fevereiro deste ano, em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, após ação civil pública do Ministério Público Estadual. Na decisão, o juiz responsável afirmou que o dinheiro destinado ao sertanejo (R$ 1,3 milhão) representaria um gasto superior ao do orçamento de toda a Secretaria Municipal de Cultura.

 

Em julho de 2024, o cantor mineiro, natural de Presidente Olegário, no Noroeste do estado, recebeu R$ 1,1 milhão para uma apresentação em Santana do Ipanema (AL), paga pela prefeitura, município que, segundo o Censo 2022, tem 46,2 mil habitantes.

 

À época, por meio do Instagram, Gusttavo Lima compartilhou um desabafo sobre as investigações. "Nunca me beneficiei de dinheiro público ou empréstimo. Minha vida foi sempre trabalhar, fiz quase 300 shows em 2019."

 

Operação Integration

Nas últimas semanas, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu um avião pertencente à empresa de  Gusttavo Lima como parte da Operação Integration. A equipe do artista informou, no entanto, que a aeronave não pertence mais a ele e está em seu nome por questões burocráticas.

 

 

 

Após a apreensão da aeronave, a Justiça de Pernambuco determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens da empresa Balada Eventos, que tem o cantor como um dos seus sócios. A determinação aconteceu no âmbito da operação que investiga suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.