Um “carro voador” realizou o primeiro voo experimental no Brasil. Fabricado pela empresa chinesa EHang, o modelo EH216-S, foi testado em Quadra, no interior de São Paulo.

 

 

O eVTOL, sigla para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, realizou dois voos, de dez minutos e 2,5 quilômetros percorridos ao todo, em clube do município. O modelo foi pilotado remotamente, ou seja, não havia passageiros na aeronave

 

 


 

Conheça o carro voador

 

O EH216-S é operado remotamente e automaticamente a partir do solo, para isso é utilizado um sistema inteligente de comando e controle. A tecnologia permite que o piloto faça todo o trabalho em tempo real, mesmo não estando no carro voador. 

 

O veículo é capaz de transportar até duas pessoas, o peso máximo que ele pode carregar com segurança e eficiência é de 220 quilos. Seus 16 motores e 12 baterias independentes fazem com que seu alcance seja de cerca de 30 quilômetros. 

 

O sistema da aeronave é o primeiro do seu tipo no mundo. Desde 2023, o modelo vem sendo apresentado ao público em eventos para que a sociedade possa conhecer melhor a tecnologia. 

 

De acordo com uma pesquisa da MundoGeo, empresa do segmento tecnológico, o Brasil é o terceiro maior mercado para VTOLs no mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e China. Seu uso é voltado para grandes metrópoles e áreas remotas com falta de infraestrutura no Brasil. 

 

    

Carro voador precisa de certificado

 

A empresa EHang, fabricante do EH216-S, possui dois representantes no Brasil: a AT Global e a GoHobby. O CEO da última, Adriano Buzaid, pediu autorização de voos experimentais à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

 

Apesar de ter conseguido o sinal positivo para realizar o voo de teste, Buzaid comentou, ao portal G1, que o certificado para voos tripulados no país deve demorar de um a dois anos para ser emitido - prazo parecido aos de aeronaves tradicionais. 

 

 

O executivo da GoHobby complementou dizendo que a Anac possui um acordo de cooperação com a instituição que regula o setor, fazendo possível haver troca de informações entre ambas. Em seu país de origem, a aeronave já possui o certificado para voos tripulados. 

 

Sobre a manutenção do carro voador, Buzaid explica que “serão abertos vários pontos em todo o Brasil, pois a ideia é que não haja concentração em um local ou cidade específica”. Ele não informou quais serão as primeiras cidades que ocorrerão investimentos da empresa. 

 

O modelo custa US$ 600 mil (R$ 3,3 milhões, aproximadamente) e já existe fila de espera no Brasil, mesmo que não tenha uma data exata de quando começará a voar com passageiros. Buzaid diz que os principais interessados são empresas de logística, táxi-aéreo e turismo.  

 

Cuidado nos voos dos carros voadores

 

Giovan Pereira de Alencar, piloto há 46 anos, foi o comandante que operou o veículo aéreo remotamente. De acordo com ele, os momentos que exigem mais atenção com o eVTOL são o pouso e a decolagem.  

 

“Segurança é a palavra de ordem. Apesar de que, com 16 propulsores, mesmo com a parada de alguns motores, a aeronave reage muito bem”, diz Alencar.

 

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O comandante diz que o eVTOL é capaz de monitorar sua autonomia, o que está em sua frente e se há outro veículo vindo para realizar uma evasiva. No entanto, ele mesmo realiza o monitoramento, trabalhando como um backup. 

 

Caso surja algum problema, os pilotos recebem, em terra, mensagens de várias cores. A azul, por exemplo, são informações que não exigem qualquer ação.    

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