O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, foi condenado pela Justiça Federal do Paraná a 56 anos, quatro meses e dez dias de prisão por comandar um esquema de fraudes envolvendo criptomoedas. Ele está preso desde agosto por descumprir medidas cautelares e, por isso, não poderá recorrer em liberdade.
Silva recebeu a condenação por gerir fraudulentamente uma instituição financeira, apropriar-se de dinheiro ou desviá-lo em proveito próprio, emitir ou negociar títulos ou valores mobiliários sem registro prévio e ocultação de bens.
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O esquema de pirâmide do Sheik dos Bitcoins movimentou mais de R$ 4 bilhões entre 2018 e 2022, prejudicando cerca de 15 mil pessoas. Os bens e valores apreendidos foram destinados ao Juízo da 2ª Vara de Falência e Recuperação Judicial de Curitiba e serão utilizados para ressarcir as vítimas.
Outras pessoas envolvidas
Outras cinco pessoas foram condenadas por envolvimento no esquema. As penas variam de 11 a 48 anos de prisão.
Segundo denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), o “Sheik” convencia as pessoas, por meio de palestras, a investir em uma de suas empresas com a promessa de que obteriam grande retorno financeiro a partir de criptoativos.
O dinheiro aplicado das vítimas era desviado para contas bancárias dos criminosos, e, com ele, Francisley comprava itens de luxo, como imóveis de alto padrão, aviões e carros importados.
Famosos caem no golpe
De acordo com a Polícia Federal (PF), a organização criminosa que seria comandada pelo Sheik das Bitcoins enganou influenciadores, como Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa. As autoridades dizem que ela teria perdido cerca de R$ 1,2 milhão.
Conforme as investigações, Meneghel investiu na empresa e não recebeu o que foi aplicado. Além dela, jogadores de futebol, que não tiveram nomes divulgados, foram vítimas dos golpes, comunicou a PF.
O juiz federal Nivaldo Brunoni, da 23ª Vara Federal de Curitiba, ao condenar o empresário, escreveu que “o réu agiu com total desprezo em relação às pessoas que lhe confiaram as economias, muitas delas tendo aplicado tudo o que angariaram ao longo da vida de trabalho e sacrifícios, com a agravante de as vítimas terem convencidos parentes e amigos a também investirem nas empresas do acusado, pois ele condicionava a retirada dos valores com o aporte de outros investidores”.
A defesa do Sheik informou que recorrerá e classificou a decisão judicial como “carregada de sentimento”.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata