Washington Olivetto, que morreu no domingo (13/10), aos 73 anos, foi um dos principais publicitários do Brasil e do mundo. Ao lado dos sócios Javier Llussá Ciuret e Gabriel Zellmeister, o profissional criou a agência W Brasil, em 1986. Ao longo dos anos, a empresa de publicidade ganhou quase mil prêmios, entre Leões no Festival de Cannes, Clio Awards e CCSP.
O sucesso da agência de publicidade também foi eternizada pelo cantor Jorge Ben Jor. Em 1991, o artista compôs a música W Brasil em homenagem a Washington Olivetto. O publicitário e o cantor eram amigos.
Olivetto convidou Jorge Ben para se apresentar no aniversário de 10 anos da agência. No palco, o artista começou a brincar com os funcionários, ensaiando o verso "alô, alô, W Brasil".
"W/Brasil aconteceu uma coisa louca, porque, normalmente, no mundo tradicional, as canções começavam nas rádios. W/Brasil começou na rua. Da rua para o sucesso absoluto", disse Olivetto em seu podcast W/CAST, em janeiro de 2022.
O publicitário também é citado na música Engenho de Dentro. "A cabeça do Olivetto é igual a uma cabeça de negro, muito QI e TNT do lado esquerdo", diz um dos versos.
Em 2022, Washington Olivetto conversou com Jorge Ben Jor no podcast W/CAST. "Eu sou o sujeito mais privilegiado do mundo porque eu sou citado como pessoa física e jurídica pelo maior compositor de todos os tempos", disse o publicitário na ocasião.
Veja o vídeo da entrevista:
Trajetória
Washignton Olivetto foi responsável por peças publicitárias icônicas, como O primeiro sutiã, produzida em 1987, e o Garoto Bombril, personagem interpretado pelo ator Carlos Moreno por mais de 30 anos.
O gênio da publicidade recebeu mais de 50 Leões do Festival de Criatividade de Cannes, maior prêmio da publicidade mundial. Além disso, ele também foi um dos criadores do maior movimento político da história do futebol: a Democracia Corinthiana.
Sequestro
Em 11 de dezembro de 2001, Washignton foi sequestrado por um grupo de criminosos chilenos e argentinos. A quadrilha se disfarçou de policiais federais e parou o publicitário em uma blitz falsa, em São Paulo. Ele ficou em cativeiro por 53 dias, e foi agredido diversas vezes. O caso ganhou repercussão nacional na época.
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O publicitário foi libertado após a polícia prender, em fevereiro de 2002, o chileno Maurício Norambuena. Ele fez um acordo com as autoridades e mandou os comparsas fugirem do cativeiro, permitindo o resgate de Olivetto.