Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ficou fechada por cerca de duas horas na manhã desta quinta por causa de confronto entre PMs e traficantes -  (crédito: TV Globo/Reprodução)

Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ficou fechada por cerca de duas horas na manhã desta quinta por causa de confronto entre PMs e traficantes

crédito: TV Globo/Reprodução

FOLHAPRESS - O motorista de aplicativo Paulo Roberto de Souza, de 60 anos, estava trabalhando dentro de seu carro quando foi baleado na cabeça nesta quinta-feira (24/10) na altura da Cidade Alta, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

 

 

Com isso, o passageiro teve que assumir a direção do veículo e dirigir até uma cabine policial. Lá um agente assumiu e levou Paulo até um hospital em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para receber atendimento médico, mas ele já estava morto quando chegou ao local.

 

O motorista de aplicativo é um dos três mortos durante a operação realizada pela Polícia Militar na Zona Norte do Rio nesta quarta. Outras três pessoas foram baleadas, mas sobreviveram. A ação fechou por duas horas a avenida Brasil uma das principais vias da cidade.

 

Morador de Nilópolis (também na Baixada Fluminense), Paulo deixa dois filhos e dois netos. Ele era casado havia dez anos e costumava acordar cedo para ir trabalhar, segundo seu amigo Júlio dos Santos da Costa.

 

 

"Ele estava passando pela Linha Vermelha no momento do tiroteio. Uma bala entrou pela traseira do carro e, infelizmente, atingiu a cabeça dele. O passageiro o socorreu, ajudou e o trouxe até aqui", contou Júlio.

 

"Infelizmente, ele saiu cedo para trabalhar, uma pessoa honesta, trabalhadora, e acontece uma tragédia dessas. No Rio de Janeiro é isso aí", acrescentou.

 

 

Enquanto ele conversava com a reportagem, uma filha de Paulo recebeu a notícia da morte. Júlio foi apoiá-la.

 

Outra das vítimas foi Renato de Oliveira, de 48 anos. Ele foi baleado na cabeça enquanto dormia dentro de um ônibus da linha Tinguá.

 

Seu amigo Adonias dos Santos, de 39, estava no banco da frente. Eles tinham saído de Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense, para trabalhar em um frigorífico no rio.

 

Imagens mostram Renato baleado na cabeça, segurando uma sacola. Nela, havia mortadela que ele comprara para os amigos do trabalho.

 

"Nossa vida é um piscar de olhos, filhos... e quem vai sustentar os filhos dele? Poderia ter sido eu. Eu estava no banco da frente. A bandidagem sai atirando. A vida de um pai de família... e agora? Ficamos sem chão. Ele estava dormindo e nem viu nada", afirmou Adonias.

 

 

Morte

 

O motorista do ônibus que fazia a linha 493 Ponto Chic x Central socorreu Renato e o levou até o Hospital Geral de Bonsucesso. Lá, ele passou por uma cirurgia, mas não sobreviveu. Ele deixa dois filhos e a esposa.

 

Um outro passageiro, que ficou ferido com estilhaços e preferiu não ter seu nome divulgado, relatou que viu quando um blindado da PM passou em alta velocidade perto do ônibus. Nesse momento, um grupo de criminosos teria começado a atirar.

 

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A terceira vítima foi identificada como Geneilson Eustáquio Ribeiro, 49, que sofreu uma perfuração no crânio. Ele era motorista de caminhão de frete. Após ser socorrido por motociclistas, foi entubado e passou por uma cirurgia, mas não resistiu e morreu.