O empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto no Aeroporto Internacional de São Paulo (em Guarulhos) na sexta-feira (8/11), negou saber que trabalhava para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini em fevereiro. O conteúdo foi exibido com exclusividade pela Record neste domingo (10/11).
"Eles [os integrantes do PCC] se apresentavam como empresários. Eu não sabia que eram criminosos [..] Eu intermediava a compra de imóveis para eles", informou Gritzbach. Mais tarde na entrevista, o empresário afirma ter se arrependido de conhecer "essas pessoas".
Segundo revelado pelo Estadão, Gritzbach era jurado de morte no PCC e sua cabeça chegou a valer uma recompensa de R$ 3 milhões. O empresário era delator de um esquema de lavagem de dinheiro dentro da organização, além de ser apontado como mandante da morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.
Em fevereiro, Gritzbach já tinha sofrido outras duas supostas tentativas de assassinato, uma delas na sacada de sua casa. Na ocasião, ele sabia que era um homem jurado de morte. "Eu temo pela minha vida, mas eu quero que a verdade venha à tona", alegou.
Questionado pela Record, Antônio Vinícius estimou seu patrimônio em R$ 18 milhões. "Quanto desse dinheiro veio do crime organizado?", perguntou Cabrini. O empresário negou ter recebido recursos do PCC, apesar de ser acusado de desviar R$ 100 milhões da facção em criptomoedas.
No sábado (9/11), a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a morte de Gritzbach. Por meio de nota, a instituição informou que a apuração será realizada de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo (PCSP). Um fuzil e uma pistola foram apreendidos próximo ao local em que o carro dos atiradores foi abandonado, a cerca de 7 quilômetros do aeroporto.
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