Quem é a família Fries, proprietária do avião que explodiu em Ubatuba
Família produtora de soja é considerada uma das mais influentes do interior de Goiás
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Siga noO avião que explodiu em Ubatuba, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira (9/1), pertencia a membros da família Fries, do fazendeiro Nilvo Fries, um dos fazendeiros mais influentes do interior de Goiás e residente na cidade goiana de Mineiros, que fica no sudoeste do Estado. Segundo a Prefeitura de Ubatuba, o piloto da aeronave morreu. Não há informações se os membros da família estavam a bordo.
A aeronave, com matrícula PR-GFS e modelo 525, foi fabricado em 2008 pela empresa Cessna Aircraft. Ela tem capacidade para sete passageiros, além de dois pilotos.
Segundo divulgado pela Rede Voa, que administra o aeroporto de Ubatuba, os proprietários do avião são Nelvo Fries, Maria Gertrude Fries, Mireylle Fries, Celso Fries, Leyna Fries e Crystopher Fries. O voo, que tinha cinco pessoas a bordo, saiu de Mineiros e tentou pouso na cidade paulista, mas não conseguiu. Chovia no momento do acidente e as condições meteorológicas não eram favoráveis.
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De acordo com o G1, a família Fries realiza um projeto ambiental para replantio de árvores nativas da região do acidente. A iniciativa já replantou mais de 2 milhões de árvores. Ainda segundo o portal, na fazenda da família nasce o Rio Araguaia.
A propriedade dos Fries dá a dimensão da influência econômica da família na região. Nelvo Fries é o principal nome. Ele tem patrimônio avaliado em R$ 423 milhões, conforme divulgado em 2019, quando foi alvo da Operação Grãos de Ouro, que investigava um esquema de fraude fiscal, com uso de notas falsas.
No entanto, a Justiça devolveu R$ 372 milhões, além R$ 527 mil em espécie, após comprovar a regularidade de grande parte do patrimônio. O fazendeiro teria causado prejuízo de R$ 44,8 milhões aos cofres públicos por meio de sonegação fiscal.
Mesmo após a investigação, ele continuou tendo sua relevância no setor de grãos, com propriedades em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Acidente em Ubatuba
O avião pequeno porte sofreu um acidente no Litoral Norte de São Paulo e matou o piloto. Mais cedo, a Prefeitura do município havia informado que se tratava de duas mortes, mas retificou a informação. Imagens que circulam nas redes sociais mostram os destroços da aeronave pegando fogo na beira do mar.
Segundo informações preliminares, o acidente ocorreu próximo ao aeroporto da cidade, no Centro, próximo da faixa de areia da Praia do Cruzeiro. De acordo com a prefeitura, há informações de oito vítimas, sendo que cinco estavam no avião e outras três estavam na pista de skate, onde a aeronave passou.
Cinco vítimas foram encaminhadas à Santa Casa de Ubatuba, sendo três adultos e duas crianças. Um dos adultos está em estado grave e uma das crianças sob monitoramento, potencialmente grave. Das pessoas encaminhadas ao hospital, uma delas não estava dentro do avião.
A Rede VOA, concessionária responsável pelo avião envolvido no acidente, confirmou o acidente com a aeronave prefixo PR GFS – modelo Cessna Citation 525 CJ1 – nas proximidades do Aeroporto de Ubatuba.
A aeronave ultrapassou a pista, atravessou o alambrado da Cabeceira 09 e atingiu uma mulher e uma criança, ambas socorridas com vida.
Vale destacar que a aeronave estava proibida de fazer serviços de táxi aéreo. Consulta na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que a aeronave, registrada para serviços aéreos privados, teve a solicitação para o serviço negada.
Investigações
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PR-GFS.
Segundo a FAB, os técnicos vão utilizar técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação.