Cátilo Cândido

Presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas)

Introduzida no mercado mundial em 1959, a lata de alumínio revolucionou a forma como as bebidas eram embaladas até então. No Brasil, a latinha surgiu um pouco mais tarde, em 1989, quando a Latasa iniciou suas atividades aqui em Pouso Alegre, na nossa Minas Gerais.


Em poucas décadas, a lata de alumínio revolucionou a forma como consumimos nossas bebidas e ganhou o coração dos brasileiros, que começaram a perceber os seus diferenciais: ela é mais segura, mais leve, gela mais rápido, é mais fácil de carregar e armazenar, além de ter uma particularidade que impacta os que se preocupam com o meio ambiente – é referência em logística reversa, sendo totalmente reciclada em até 60 dias.


Nos últimos anos, pesquisas revelaram uma curva ascendente nas vendas de embalagens de alumínio, o que demonstra a preferência dos consumidores pela lata, tanto no Brasil quanto no mundo. Desta forma, a união do alto consumo a um ciclo de vida curto e sustentável consolida a embalagem como destaque no mercado, colocando a latinha como preferência nacional na hora do clube, da praia, da festa, do jogo, dos shows musicais ou aonde você quer que ela esteja.


A estimativa é de que no mundo se produzam mais de 500 bilhões de latas de alumínio por ano, o que corresponde ao incrível número de 15 mil latinhas por segundo. Aqui no Brasil, hoje nós contamos com 24 fábricas de latas de alumínio espalhadas por 15 estados da federação, com cada uma delas produzindo cerca de 3 milhões de latas em 24 horas.


O Brasil é hoje um dos países que mais produzem latas de alumínio para bebidas no mundo e é líder mundial na reciclagem dessas embalagens. Somente em 2022, foram consumidas praticamente 32 bilhões de latinhas no país, com uma média de 153 latas por pessoa ao ano.


O segmento de reciclagem de latas de alumínio no Brasil tem mantido o patamar acima de 95% de reaproveitamento nos últimos 10 anos. Recentemente, atingimos o índice inédito e histórico de 100% de latas recicladas em 2022, consolidando o país como referência internacional em reciclagem.


Além disso, a reciclagem da latinha evitou a emissão de 16 milhões de toneladas de gases de efeito estufa na última década, além de ter economizado o consumo de energia elétrica em uma quantia equivalente ao necessário para abastecer por um ano todas as casas de um estado com tamanho semelhante ao de Goiás.


Os números positivos não param por aí. É importante lembrarmos que o sistema de reciclagem brasileiro gera renda para mais de 800 mil catadores, profissionais fundamentais na coleta seletiva, triagem e destinação adequada de resíduos sólidos no Brasil, que são beneficiados com renda e qualidade de vida por meio do trabalho com a reciclagem.


Os catadores, na nossa visão, são um elo muito importante para que o modelo de economia circular da lata de alumínio se concretize. Eles são os protagonistas do processo de reciclagem e do ciclo das embalagens. Nossa preocupação como setor é continuar melhorando as condições de vida e de trabalho destes profissionais que tanto proporcionam para a reciclagem no país.


Para completar, e sinalizarmos que há muito pela frente, não podemos deixar de relembrar aos brasileiros da importância de se fazer o descarte correto da lata de alumínio, de forma que ela possa ser corretamente encaminhada para a reciclagem. No descarte, as latas de alumínio devem ser separadas do lixo comum. É necessário inseri-las no lixo seco ou reciclável ou no cesto destinado a metais (quando houver), separado do orgânico.


O recomendado é esvaziar o conteúdo não ingerido e amassar as latinhas para facilitar o transporte até os centros de reciclagem. Tirar o lacre ou não é uma opção sua, muitas vezes um gesto de bondade com entidades carentes. O importante mesmo é dar destino à reciclagem.


Agindo desta forma, todos contribuem para que a latinha possa continuar o seu legado de Pouso Alegre, sendo referência, colocando o país em posição de destaque perante todo o mundo e contribuindo para o fomento da economia, preservando o que temos mais valioso: nosso planeta.