Ninguém pode negar que em apenas três anos de existência o Pix se tornou o maior sucesso da história dos meios de pagamentos do Brasil. Quem imaginou que pessoas de todas as classes sociais (ou quase todas) se curvariam à facilidade de dar alguns poucos cliques para transferir dinheiro de uma conta para outra?
De acordo com a Associação das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os próximos anos serão de crescimento em se tratando de transações financeiras e, consequentemente, de cartões de crédito, débito e pré-pagos, com destaque para esse último. Os números mais recentes (2022) mostram um aumento de 7,4% em operações de cartões de débito, 29,5% em cartões de crédito e um crescimento surpreendente de mais de 94% dos pré-pagos.
De janeiro a novembro de 2023, nada menos que 143 milhões de brasileiros (pessoas físicas) estavam cadastrados no Pix, chegando a um recorde de R$ 15,3 trilhões movimentados no acumulado do ano. Essa quantia assombrosa foi três vezes maior que o valor movimentado em 2021 (R$ 5,2 trilhões) e 40% maior que os quase R$ 11 trilhões de 2022.
Quem também se beneficiou com o sucesso do Pix foram as instituições de pagamentos, que obtiveram um crescimento próximo a 25%. Até o momento, o Banco Central tem 111 na lista de autorizadas, sendo que 23 operam diretamente com o Pix. A expectativa dos especialistas é que esse contingente cresça tanto no que se refere a parceiros diretos como indiretos.
Para este ano, estão previstas novas alterações com relação à automatização dos processos. O Pix Automático, que estava sendo aguardado para o segundo semestre do ano passado, deveria ser lançado em maio, mas o Banco Central, pelo menos por enquanto, confirmou somente para outubro. O que se espera é que a novidade facilite pagamentos recorrentes, de forma programada e segura, desde que com autorização prévia do pagador. A ferramenta promete permitir o agendamento de contas de luz, condomínio, escola, água, plano de saúde e outras despesas que chegam às nossas casas todos os meses.
As facilidades são muitas, mas as desconfianças também. Apesar de o Banco Central ter implementado mecanismos de segurança para validação e finalização das transações via Pix, muita gente prefere continuar com meios de pagamento tradicionais. Como todo cuidado é pouco, vale manter o alerta para não cair em golpes. Levantamento da fintech de proteção financeira Silverguard aponta que quatro em cada 10 brasileiros já foram vítimas de alguma tentativa de fraude com o Pix. Desses, um em cada cinco caiu no golpe.
A Serasa lista pelo menos quatro situações que culminam com prejuízo para o titular da conta, desde a clonagem de Whatsapp, com a falsificação de cadastro, atendimento bancário falso e bug do PIX até QR Code fraudado. A empresa destaca que "os aplicativos estão cada vez mais simples de usar e os usuários, mais desatentos". Antes de clicar para confirmar uma operação, é preciso conferir todos os dados. A comodidade pode custar caro demais.