O país pode até parar durante o carnaval, com as pessoas curtindo a folia nas ruas, mas a economia segue se movimentando – e muito. Somente as maiores festas de cinco estados brasileiros – Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco – devem girar cerca de R$ 25 bilhões, injetados nas economias locais, montante superior ao de 2023.


Apenas na Bahia, a estimativa é de R$ 6,6 bilhões, o que mostra a força e a tradição dos trios elétricos e blocos de rua. Em São Paulo, são R$ 5,7 bilhões, incluindo o desfile das escolas de samba no Anhembi. Na sequência, vem Minas Gerais (R$ 5,2 bilhões), à frente do Rio de Janeiro e seus desfiles na Sapucaí (R$ 4,5 bilhões). Já em Pernambuco a previsão é de que o carnaval movimente R$ 3 bilhões, segundo levantamento do site Poder360.


Minas Gerais apresenta o maior crescimento de faturamento, com injeção de R$ 1 bilhão a mais do que no ano passado.


Fato é que a festa tem o poder de turbinar a alegria e os ganhos. O Distrito Federal terá até amanhã quase 60 agremiações – para adultos e crianças – em quatro dias de folia. Já Maceió tomou uma decisão diferente: preferiu investir no pré-carnaval, ou seja, uma semana antes, para que nos dias de carnaval recebesse apenas turistas que vão à cidade por suas belas praias.


Outros números que merecem ser destacados (pelo menos por enquanto) dizem respeito ao comportamento do folião e à segurança nos dois primeiros dias da festa. A importunação sexual e o assédio sofrido durante e ao largo dos blocos de carnaval caíram drasticamente em Minas. Segundo a Polícia Militar do estado, foram 61,11% menos ocorrências do que em 2023.


Em São Paulo, a polícia conseguiu resgatar 55 celulares até a noite de sábado e um homem de 19 anos foi detido com 71 cartões bancários. No Distrito Federal, foram pouco mais de 40 ocorrências até a manhã de ontem, todas sem gravidade. Campanhas contra o assédio sexual, violência de gênero, videomonitoramento e o uso de drones e helicópteros têm ajudado bastante os órgãos que cuidam da segurança nos estados.


Ainda que em menor número, por outro lado, a imprensa noticiou casos como em Pernambuco que, na sexta-feira à noite, já havia registrado dois casos graves: em Olinda, um sargento do Exército teria reagido a uma tentativa de assalto, baleando dois suspeitos, e, no Centro de Recife, um turista teria levado uma facada no peito, também em tentativa de assalto. Em São Vicente, na Baixada Santista (SP), o secretário de Turismo, em comum acordo com a Secretaria de Segurança Pública, preferiu cancelar o carnaval, depois que uma onda de violência registrada às vésperas da folia.


Bem ou mal, são números sobre os quais autoridades e pesquisadores devem se debruçar depois que o país voltar à normalidade. Que os dados positivos perdurem e multipliquem, para que, no balanço final, os brasileiros tenham curtido, de modo geral, um carnaval mais seguro e que reverta receitas para as cidades e seus moradores. 

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