O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou informações sobre a educação no Brasil colhidas no Censo de 2022. Os dados, apresentados no último dia 17, apontam que o percentual de analfabetos diminuiu. Os números indicam que 7% da população não sabia ler um simples bilhete – em 2010, esse problema atingia quase 10%. Para consolidar a pesquisa, o IBGE analisou a população de 15 anos ou mais, composta por 163 milhões de pessoas. Dentre elas, 151,5 milhões são alfabetizadas, enquanto 11,4 milhões não são. Esse retrato mostra que o país ainda tem um desafio a ser vencido para cumprir a determinação da Constituição.


A Carta Magna coloca que a educação é direito de todos e dever do estado, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. Ainda segundo a Lei Maior, o aprendizado é a garantia do pleno desenvolvimento individual, preparando cada um para o exercício da cidadania e possibilitando a qualificação ao trabalho.


Conforme nos ensinou o mestre Paulo Freire, a alfabetização é o caminho para a conscientização social e o empoderamento. Sem o conhecimento das letras, o indivíduo tem a sua autonomia comprometida, explicava o educador e filósofo. Em tempos de tecnologia e desenvolvimento acelerado, muito mais que básica, ler é condição fundamental para a vida em igualdade e o crescimento coletivo.


Bem do cidadão e da sociedade, a educação faz toda a diferença para que um país se torne uma nação desenvolvida. A taxa de alfabetização é considerada um importante indicador nacional – levada em conta no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que, por sua vez, é um indicador essencial no contexto da sociedade.


Não é possível que um país se destaque em nível mundial com pessoas que não foram apresentadas às instituições de ensino e, por consequência, vão ficar apartadas das oportunidades profissionais. Como uma nação vai criar, inovar e produzir com graus de excelência e competitividade se seus cidadãos estão sem acesso à formação? A história já apontou a resposta.


A defasagem educacional no Brasil engloba ainda o “analfabetismo funcional”, condição que caminha muito perto da impossibilidade de leitura. A pessoa que lê, mas não é capaz de compreender um texto inteiro, um livro ou uma notícia também tem comprometida sua trajetória de emancipação. Em diversos casos, a frequência na escola não garante que o indivíduo será devidamente alfabetizado.


Níveis ruins de alfabetização em geral prejudicam o desenvolvimento econômico de um país no atual mundo em rápida mudança tecnológica. A modernidade instantânea exige uma resposta elevada no que diz respeito à educação. Implementar políticas públicas voltadas para o ensino básico, particularmente nas áreas mais deficitárias, é uma iniciativa de desenvolvimento.


A decisão de crescimento econômico e de redução das desigualdades passa pelo combate ao analfabetismo. Porém, o país ainda está amarrado a essa questão. A solução não é uma tarefa simples, no entanto, precisa ser buscada. Se o Brasil quiser ter êxito em suas metas de desenvolvimento, tem de erradicar esse mal. O país apenas será verdadeiramente justo, independente e desenvolvido quando conseguir cumprir o dever de oferecer uma educação plena para todos os brasileiros.