Vem em boa hora a atenção do governo federal para o setor do comércio de bens e serviços visto os dois acordos técnicos firmados com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no último dia 26 com a finalidade de estimular o setor terciário. Comércio e serviços foram segmentos resilientes à pandemia e continuam performando num ambiente de negócios desafiador, especialmente para o varejo nacional, prejudicado pela concorrência com as plataformas de e-commerce estrangeiras e pela restrição ao crédito.


É neste ambiente de negócios bastante hostil, ainda que amenizado pelo aumento do nível de empregos, que os empreendedores mineiros não temem o risco e abrem suas empresas.


De janeiro até maio em Minas, conforme levantamento do Sebrae, o setor de serviços liderou a abertura de novos negócios num percentual de 55,6% seguido pelo comércio com 22,9%. Ou seja, os dois segmentos, comércio e serviços, sustentaram a dinâmica positiva da abertura de pequenos negócios com cerca de 80% de participação nos cinco primeiros meses do ano. Minas Gerais é o segundo estado com maior número de empresas abertas no período.


Como representante majoritária do comércio de bens, serviços e turismo em Minas, a Fecomércio enaltece a determinação e o espírito empreendedor de seus representados demonstrados pelo número de novos negócios em funcionamento. Pela mesma razão, a Fecomércio MG vem reforçar que medidas para preservar os novos e os antigos negócios precisam ser adotadas sem demora. Felizmente, há um movimento de restauração da competitividade do varejo representado pela taxação em 20% das importações de até 50 dólares pelo Congresso Nacional há cerca de um mês. É um bom começo.


Os dois acordos de cooperação técnica firmados entre a CNC e os ministérios do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) e do Empreendedorismo da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) surgem no horizonte neste momento como medidas de socorro e de apoio inadiáveis, decorrentes da importância que o comércio e os serviços têm para o desenvolvimento do país.


Como a Fecomércio MG tem constatado em seus eventos itinerantes para o interior de Minas, realizados em todo o ano de 2023 junto aos varejistas, e que prosseguem neste ano, as empresas precisam de inovação, atualização tecnológica e linhas de crédito para se fortalecerem. Por isso, o arco de alianças entre o setor terciário e os ministérios tem o potencial de mudanças positivas especialmente por envolver as maiores autoridades no assunto. Para o fomento de um setor de abrangência e impacto nacionais é imprescindível visão abrangente e estratégica do presente e do futuro do comércio de bens e serviços.


Confirmamos, como representante do setor em Minas, que os seis eixos traçados pelos signatários dos acordos correspondem às demandas dos empresários. Implementação de novas tecnologias no comércio e nos serviços, promoção do comércio eletrônico nacional, capacitação – envolvendo digitalização das empresas e formação de mão de obra qualificada –, investigação da pirataria, gargalos para acesso ao crédito e modernização do ambiente de negócios para micro e pequenas empresas.


O anúncio das parcerias com o governo é alvissareiro e, se depender da capacidade de iniciativa dos novos e dos já estabelecidos empresários mineiros, teremos pela frente um ciclo de desenvolvimento sustentável para comércio e serviços. Não é outra a razão do trabalho diário e incessante da Fecomércio MG, a de buscar sustentabilidade para os negócios em Minas Gerais.

 

NADIM DONATO

Presidente da Fecomércio MG

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